terça-feira, 31 de janeiro de 2012

30 de JANEIRO - Acontecimentos Relevantes / REFLEXÃO



   





  •             1969 – Última apresentação pública dos Beatles antes de se separarem


 REFLEXÃO:

“Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome.”
                                                                                                             Mahatma Gandhi

domingo, 29 de janeiro de 2012

A DITADURA DOS INTERESSES


Durante anos, o grande debate mundial andava à volta das virtudes e dos contras da economia de mercado versus economia planificada.
Por força dessa “luta”, estivemos, por diversas vezes, à beira de uma guerra, cujas consequências, seriam incalculáveis.

As provas obtidas, junto dos países onde imperou o comunismo, vieram demonstrar que a economia planificada que lhe está subjacente, proporcionou que as classes dirigentes se apoderassem das rédeas do poder e, rapidamente, se tenham estabelecido ditaduras que limitaram ou mesmo excluíram os mais elementares direitos das populações, nos quais, se inclui, obviamente, a liberdade.
Impondo a sua vontade, os ditadores prenderam, deportaram ou mesmo eliminaram todos os cidadãos que se permitiram discordar das suas ideias.
Para se manterem no poder e não abrir mão das regalias que foram obtendo, as classes dirigentes desses países, foram impondo restrições, de toda a ordem, àqueles povos que foram empobrecendo até chegarem, em muitos casos, à miséria.
A queda dessas ditaduras acabou por ser inevitável e, a vitória da economia de mercado sobre a economia planificada, foi evidente.

Mas, após a simbólica queda do muro de Berlim, o que vem acontecendo na Europa capitalista que, naturalmente, optou pela economia de mercado?

Libertos dessa rivalidade que os tinha oposto à sociedade comunista, os detentores do capital e uma parte significativa das classes dirigentes da Europa Ocidental começam a impor a ideia, dita liberal, de que o mercado tudo regula e que a presença do Estado deve ser reduzida à mais elementar insignificância.

O resultado já está à vista!

Na lógica do capitalismo, quem mais tem, mais quer, a distribuição da riqueza desproporcionou-se e o fosso entre os mais ricos e os mais pobres cresceu desmesuradamente, não só entre as populações, mas também entre os próprios países.
As classes dirigentes, instaladas no seu bem-estar, tudo fazem para manter os seus privilégios e, a economia de mercado está hoje transformada na economia dos interesses.
Em termos globais, essa tendência, à semelhança dos países comunistas, mas de forma mais sofisticada, vai proporcionando autênticas ditaduras dos poderes instalados para quem os programas votados para os eleger são autêntica letra morta, parecendo evidente que a Alemanha, aos poucos, com uma agenda obscura, tenta, tal como fez a União Soviética, transformar os países à sua volta em meros satélites na sua dependência económica. O controlo que está a tentar impor agora à Grécia e amanhã a Portugal e por aí adiante, é um bom exemplo do caminho perigoso que está a ser percorrido.

Só uma última questão:
Que pensará o Governo português de tudo isto?
Alguém sabe?
Mas será que eles têm alguma visão sobre este assunto?
Ou, pior ainda, será que eles próprios concordam com o caminho que está a ser seguido?
E onde está a voz “forte” da oposição a obrigá-los a definirem-se?

A mãozinha que tudo regula pode ser invisível, mas os donos dela estão bem à vista, procurando utilizar a economia de mercado para estabelecer a ditadura dos interesses.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

EUSÉBIO – na data do seu 70º aniversário




A Companhia Independente de Caçadores 763 tinha sido instalada em Cufar, no Sul da Guiné, num local onde, anteriormente, tinha sido uma fábrica de descasque de arroz, numa Zona de intensa actividade operacional por parte das forças do PAIGC, que, na outra margem do rio Cumbijã, tinham instalado o seu quartel-general, onde pontificava o comandante Nino.

Desde Março de 1965, que a Companhia se mantinha em permanente combate, aprendendo, por ela própria, a atravessar pântanos, bolanhas e terrafo, com lodo e água pelos pés, pela cintura ou pelo peito, a transpor cursos de água de profundidades variáveis quer a vau, quer nadando, quer recorrendo ao auxílio de cordas lançadas de margem a margem, ou, dentro das matas, rastejando em zonas onde, com outras formas de progressão, seriam intransponíveis, contra um Inimigo numeroso, aguerrido e bem armado que nos foi causando alguns mortos e bastantes feridos.

No aquartelamento, cujos abrigos nós próprios construímos, com “tijolos” feitos de lama amassada (adobes) e troncos de árvores, o pessoal passava o tempo, que mediava entre as várias operações, aguardando ansioso a chegada de alguém que trouxesse novidades ou, momento supremo, a distribuição do correio com notícias da família.

Naquela manhã de 23 de Julho de 1966, tomámos conhecimento que, nas noites anteriores, elementos da guerrilha tinham andado nas tabancas limítrofes, sinal que, provavelmente, estariam a preparar um ataque ao quartel.
Foram, de imediato, lançadas patrulhas por toda a zona, procurando, assim, neutralizar, quaisquer acções, regressando todos os militares, por volta da hora do almoço, sem incidentes.
À tarde, para relaxar, juntámo-nos na “parada” e, via rádio, preparámo-nos, com entusiasmo, para ouvir a grande meia-final do Campeonato do Mundo de Futebol, que opunha as equipas de Portugal e da Coreia do Norte.
A ansiedade era muita mas, com grande tristeza, fomos ouvindo os golos adversários, que conseguiram levar o resultado até aos três a zero.
Mas, Portugal, não desistiu e com grande denodo e inspiração, demos a volta ao resultado, acabando por derrotar os Coreanos por CINCO a TRÊS.

O grande herói desse jogo foi, sem dúvida, o Eusébio que, mercê da sua enorme confiança e de um brilhantismo sem paralelo, contribuiu, decisivamente, para a vitória, metendo quatro dos cinco golos com que brindámos os asiáticos.

A alegria que se viveu, naquele aquartelamento, foi enorme!
Aquela vitória contribuiu para melhorar a nossa auto-estima e deu-nos novas forças para lutarmos pelo grande objectivo de regressarmos sãos e salvos, cumprindo, com nobreza o nosso dever para com o país.

A repercussão do feito do Eusébio, o Grande Pantera Negra, esteve muito para lá do resultado daquele jogo, pelo que, na data do seu 70º aniversário, me apraz relembrar e deixar expresso de quanto lhe ficámos gratos pela alegria que foi aquela memorável vitória de Portugal.

PORTUGAL –  COREIA DO NORTE 3


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PLÁCIDO DOMINGO

Plácido Domingo, 2008.jpg   


Em 21 de Janeiro, Plácido Domingo fez 71 anos.

Tenor e maestro espanhol, estreou-se em 28/09/1968, no Metropolitan Opera House, de Nova Iorque.
Com José Carrera e Luciano Pavarotti, formaram o trio conhecido pelo "Os Três Tenores" que, na década de 1990/2000, tanto nos encantou.

Fechem os olhos, recuem no tempo e oiçam-no:

http://www.youtube.com/watch?v=1owsXLoe7DI

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

POESIA - António Aleixo



               A Torpe Sociedade onde Nasci 


Ao ver um garotito esfarrapado
Brincando numa rua da cidade,
Senti a nostalgia do passado,
Pensando que já fui daquela idade.

II

Que feliz eu era então e que alegria...
Que loucura a brincar, santo delírio!...
Embora fosse mártir, não sabia
Que o mundo me criava p'ra o martírio!

III

Já quando um homenzinho, é que senti
O dilema terrível que me impôs
A torpe sociedade onde nasci:
— De ser vítima humilde ou ser algoz...

IV

E agora é o acaso quem me guia.
Sem esperança, sem um fim, sem uma fé,
Sou tudo: mas não sou o que seria
Se o mundo fosse bom — como não é!

V

Tuberculoso!... Mas que triste sorte!
Podia suicidar-me, mas não quero
Que o mundo diga que me desespero
E que me mato por ter medo à morte...

António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."

sábado, 21 de janeiro de 2012

PERGUNTA

No encerramento do workshop sobre "reformas estruturais", o Primeiro Ministro afirmou:
- Senhores da troika, estamos aqui por nós e não por vós.

PERGUNTA, dos sacrificados deste país:
- Por nós, refere-se a quem?

Ani bá bá



Aníbal Cavaco Silva, descaradamente, declarou, na televisão, que o valor das reformas que o casal usufrui, não lhes chega para cobrir as suas despesas, acrescentando que, como durante ao anos de casados, ele e a sua Maria sempre tiveram o hábito de todos os meses porem alguma coisinha de lado, agora podem, com essas poupanças, sobreviver.

Considerar que cerca de 10.000 euros não lhes chega para as despesas, não teria demasiada importância se tal não fosse dito pelo Presidente da República, em público, perante um país em que o desemprego cresce em flecha e, onde a grande maioria dos ainda empregados, bem como os restantes reformados, auferem rendimentos miseráveis e a quem, dia-a-dia, lhes são exigidos crescentes e incompatíveis sacrifícios.
É, no mínimo, uma imoralidade!!!

O Aníbal e a Maria são mais um exemplo da “multiplicação dos pães” porque se as reformas são baixas é porque, certamente, sempre ganharam pouco, mas, ainda assim, não só conseguiram fazer um pé-de-meia que agora os vai ajudar, como também permitiu o negócio da casinha do Algarve e, ainda lhes possibilitou a compra e venda das acções de BPN, que nada tiveram a ver com os amiguinhos que os rodeiam, como, malevolamente, se andou por aí a dizer, mas sim e apenas com o aforro feito, ao longo da sua vidinha, por este casal modelo de poupados.

Como é possível que esta cambada, “Ani bá bá e os qu antos amigos”, que sempre se governaram à conta, tenham o desplante de tentar fazerem-nos de parvos, apesar de serem públicas as falcatruas em que, directa ou indirectamente, andaram metidos.  

Não sei porquê, mas sempre que o Aníbal fala, em público, destes temas, me recordo das suas imagens, na Televisão, a falar com a boca cheia de Bolo-Rei.

                                                                                        

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

VIRGENS IMPOLUTAS


Não sei se têm reparado nas carinhas de anjinho, na doçura do tom da voz, na candura do olhar, no sorriso terno, na atitude delicada e, supostamente independente, com que a maior parte dos comentadores da área do Governo ou do PS falam da política e dos acontecimentos quotidianos que, sistematicamente, vêm diminuindo os direitos da classe média e dos mais desfavorecidos da nossa sociedade.

Onde está quem, de facto, se indigne e diga “basta de discursadas e toca a agir”?

Para que servem os dirigentes senão para se confrontarem com quem nos está a “grelhar” em fogo lento? Onde está a nossa voz na Europa? Quem é que no PS, de forma clara e decidida, dá corpo ao princípio da solidariedade para com os necessitados, em vez de se limitar, “responsavelmente”, de gravata e sapatinhos engraxados, a cuidar do que se diz, não vão os nossos “clientes” estrangeiros ficarem com má impressão a nosso respeito?

Todos os dirigentes que, actualmente ou no passado, tiveram responsabilidades na política, no jornalismo, na economia, na justiça, na educação, na gestão de empresas, etc., têm de deixar de fazer o papel de virgens impolutas e agir, porque já é tempo, de desinibidamente, sem moralismos estéreis, ”saltarem” em defesa das famílias que, sem meios, estão em sofrimento e sem saber o que fazer.

E, já agora, que dizer dos altos dignitários da Igreja que, ou andam escondidos, ou se limitam a apelar para a protecção dos desfavorecidos sem ousarem, de forma frontal, como a opção que fizeram lhes exige, dizer uma palavra forte contra a forma injusta como é feita a distribuição da riqueza?

Isto não parece um país, mas sim um teatro, em que os artistas representam a sua parte e regressam a casa, tranquilamente, porque tudo o resto nada tem a ver com eles.



DOIS POEMAS DE GUERRA JUNQUEIRO


“Virgens impolutas”

Levas na fronte a c'roa da inocência,
 levas no lábio um riso imaculado;
 partiste para o céu, piedosa essência,
 em procura do místico noivado.
 
Mas, contudo, na doce transparência,
 nas linhas do teu rosto desmaiado,
 eu leio-te os segredos da existência,
 os mil dramas da carne e do pecado.
 
Esmagaste do amor as garras brutas, 
cingindo ao corpo um bárbaro cilício;
 mas, á virgem das virgens impolutas,
 
quantas vezes, no horror do sacrifício.
 não chegaste a invejar as prostitutas, 
que à noite dormem sobre o mar do vício!

" O dinheiro de São Pedro

De tal modo imitou o papa a singeleza
do mártir do calvário
que, à força de gastar os bens com a pobreza, 
tornou-se milionário.
 
Tu hoje podes ver, ó filho de Maria, 
o teu vigário humilde
conversando na Bolsa em fundos da Turquia
com o Barão Rotschild.
 
  A cruz da redenção, que deu ao mundo a vida,
            por te haver dado a morte,
tem-na no seu bureau o padre-santo erguida 
sobre uma caixa forte.
 
E toda essa riqueza imensa, acumulada 
por tantos financeiros,
o que é a economia, oh Deus ! foi começada
só com trinta dinheiros !

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MARIA ANTONIETA






Todos os interessados, minimamente, pela época em que ocorreu a Revolução Francesa, deverão ver o filme
                              MARIA ANTONIETA”
dirigido por Sofia Coppola , com Kirsten Dunst no papel da protagonista.

Quem não é especialista em História, poderá ficar com uma noção mais exacta (realista) do ambiente que se vivia na corte, nos finais do século XVIII.

A situação em França era muito grave, com a grande maioria do povo a viver na miséria e o desemprego a crescer em progressão geométrica.
O clero encimava a pirâmide social, abaixo do qual estava a nobreza que vivia de forma opulenta, com luxos de toda a espécie, lançando impostos sobre os trabalhadores, camponeses e burguesia, para, assim, poder alimentar toda aquela sumptuosidade.

Reinava Luís XVI que, ainda príncipe, casara com Maria Antonieta, princesa austríaca, que, rapidamente, introduziu na corte francesa um ambiente de luxo e fantasia, com festas e banquetes, operas e teatros, corridas de cavalos e caçadas e os célebres bailes onde as mulheres se apresentavam mascaradas, permitindo, assim, um certo relacionamento com nobres de passagem, sem serem reconhecidas.

Neste ambiente, para eles, natural, tanto os reis como a restante corte viviam, completamente, alheados dos efeitos que a sua governação estava a ter sobre o povo em desespero, sendo exemplo desse distanciamento e arrogância a célebre frase, atribuída a Maria Antonieta que, quando lhe disseram que o povo não tinha pão, retorquiu:
                                                                      “se, não têm pão, comam brioches”.

A situação tornou-se de tal forma insustentável e incontrolável, que o povo saiu à rua tomou a Bastilha e derrubou a monarquia.

Os reis foram presos e mais tarde guilhotinados e os bens da Igreja confiscados.

Quando o alheamento dos governantes, relativamente à vida real dos governados, leva estes ao desespero, normalmente, acaba mal para os primeiros.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

CAPACIDADE DE GESTÃO

Feito que foi o Acordo na Concertação Social, estão reunidas, segundo o Ministro da Economia, as condições para que o país se torne mais competitivo.

Supor que a economia portuguesa melhora, significativamente, a sua competitividade, com as medidas agora adoptadas é pura ilusão.

O principal objectivo alcançado, com este Acordo, é, no fundo, o embaratecimento do custo do trabalho. Ora, o que acontece, é que o trabalho, em Portugal, de há muito, que é dos mais baratos da Zona Euro e se, de facto, dependesse, principalmente, desse factor, naturalmente, que a nossa economia deveria ser das mais competitivas da Europa, mas não é!

Há, na minha opinião, um elemento mais importante do que o custo do trabalho, é a forma de como ele é organizado e, tal, passa, essencialmente, pela CAPACIDADE DE GESTÃO dos nossos empresários.

Vejamos, nos próximos tempos, como vão ser utilizados estes novos instrumentos.
Vamos ver se, com eles, se consegue diminuir o desemprego, como deveria resultar com a melhoria da competitividade ou, se apenas, se irá aumentar a contratação com mais baixos salários e, consequentemente, diminuir a qualidade do trabalho prestado com efeitos negativos na produtividade e, obviamente, na competitividade das empresas.

É pena ninguém se lembrar de criar uma Bolsa de “Novas Oportunidades” para os empresários e gestores das pequenas e médias empresas, cuja frequência, por exemplo, seria considerada para a concessão de financiamentos em condições mais vantajosas.

Já agora, neste Acordo, em que de novo se reduzem os direitos dos que trabalham, não teria sido mau, prever a existência de um prémio, por ventura percentual, para os colaboradores cujas empresas sejam lucrativas.

Nem os prejuízos são apenas resultado do trabalho dos colaboradores, nem os lucros são consequência única da gestão dos empresários.

domingo, 15 de janeiro de 2012

SENSIBILIDADE

Quando leio que somos classificados como "LIXO", interrogo-me se,  os "gajos" das agências de rating e os decisores que decretam austeridade em cima de austeridade, de forma cega, sem terem em atenção as pessoas e os seus sentimentos, serão capazes de reflectir sobre mais alguma coisa para lá dos números.

Neste fim de tarde, olho o mar e o "nosso" deslumbrante pôr-do-sol e penso como eles nunca serão capazes de escrever algo como o que aqui se reproduz:





Ó que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã, e na sesta,
Que Vénus com prazeres inflamava,
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo,
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.
A Ilha dos Amores. Canto IX, estrofe 83

Amor é fogo que arde sem se ver;    
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões




http://www.youtube.com/watch?v=jUbHac2qRCM



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

OS "NATAS"

O Ministro da Economia, que se conheça, a única ideia que lançou, até agora, foi a de tornar Portugal na Florida da Europa.
Quando toda a gente questionava a ausência de iniciativas sobre o relançamento da nossa economia, eis que o nosso Álvaro, em plena conferência sobre o "Made in Portugal", avança com as seguintes sugestões:

Questiona ele:
"porque é que nenhum dos nossos empreendedores transformou os "natas" num negócio tipo McDonald's ou seguiu o exemplo de um português, da África do Sul, que formou uma cadeia de Frango de Churrasco?"


Boa sr. Ministro!!!
Já agora, porque não um "franchising" de "Sardinhas assadas"
ou, quiçá, de "Timbales de porco à Ribatejana"?


Neste caso, a cadeia poder-se-ia chamar "Álvaro's Timbales"!!!
















    quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

    “ET TU, BRUTE”

    Júlio César nasceu em Roma, em 13 de Julho de 100 aC e foi assassinado nos idos de Março  (15 de Março) de 44 aC.
    Militar e político, a sua vida foi recheada de enormes feitos militares, mas também de intrigas políticas, com avanços e recuos, tendo, todavia, conseguido controlar o mundo romano e regressado a Roma onde foi cognominado Pater Patriae (pai da pátria).

    Embora seja aceite, vulgarmente, a ideia de que a História não se repete, eis dois episódios, da sua atribulada vida, que se adaptam a alguns acontecimentos da nossa actualidade:


    a)      César, depois da morte da sua primeira mulher Cornélia, casou com Pompeia que, como mulher do “pontifex maximus”, era responsável pela organização da “Bona Dea” (boa deusa), ritos sagrados onde apenas participavam mulheres.
    Aconteceu, porém, que um tal de Públio Pulcro conseguiu lá entrar disfarçado de mulher.
    Logo que se soube, o escândalo foi enorme e, em resposta a este sacrilégio, Pompeia recebeu ordem de divórcio.
    O próprio César admitiu, então, não considerar Pompeia culpada, mas justificou, publicamente, tal decisão com a célebre frase:

    “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”.

    NOTÍCIA: No programa Contracorrente, a propósito de se justificar ou não a diálise para idosos com mais de 70 anos, Manuela Ferreira Leite respondeu “sim, se pagarem”. Posteriormente, procurou corrigir dizendo que se referia a uma óptica de racionar…
     





    b)      Receosos com a ambição de Júlio César, um grupo de senadores, entre os quais o seu protegido Marco Brutus, acreditando agirem em defesa da república, em 15 de Março (idos de Março) de 44 aC, assassinaram-no em plena reunião do senado.
    Ao cair, Júlio César terá proferido as seguintes últimas palavras:

    “Et tu, Brute!” (até tu, Brutus!)

    NOTÍCIA: Ainda no Contracorrente, Manuela Ferreira Leite afirmou:
    - É impossível cumprir os prazos acordados com a Troika;
    - As medidas de austeridade estão a ser cada vez mais gravosas do que se imaginava;
    - Não vamos conseguir crescer com esta taxa de desemprego;
    - Já havíamos de ter notícias sobre os cortes nas despesas , como é o caso das parcerias
     público-privadas e, até agora, nada.

    -Pinto Balsemão: - O Governo devia dizer o que vai fazer e como o vai fazer, mas não o diz…
     





    sábado, 7 de janeiro de 2012

    O LOBO E O CORDEIRO

    Quem é que não está já farto de ouvir o Governo a justificar todas as gravosas medidas que toma, com o argumento de que "gastámos de mais, agora temos de pagar".
    E, por mais que cada um de nós afirme que o cidadão normal não o fez, o Governo não desarma e, anuncia mais austeridade, mais impostos e mais aumento do custo de vida, fazendo-nos lembrar a Metáfora:

    O LOBO E O CORDEIRO

    Um Lobo estava a beber água num riacho.
    Chegou, então, um Cordeiro, que numa zona mais para baixo, igualmente, foi matar a sede.
    Furioso, o Lobo disse:
    - Ousas sujar-me a água?
    - Não sr. Lobo - retorquiu o Cordeiro- não lhe estou a sujar a água, porque ela corre daí para aqui.
    - Pois se não foste tu, foi o teu pai!
    E, sem mais argumentos, o Lobo saltou sobre o Cordeiro e comeu-o.

    Ditado popular:


    "Onde a "lei" não existe, 
    ao que parece, 
    a razão do mais forte prevalece" 
     

    quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

    MEDRICAS

    A deslocalização da sede fiscal do Grupo Jerónimo Martins não constitui nenhuma excepção.
    Não é, por acaso, que mais 18 empresas das 20 do PSI 20, estão também elas, sediadas fora de Portugal.
    Aliás, há muitas outras de menor dimensão que fizeram exactamente o mesmo. O que todas elas têm em comum é o de serem empresas lucrativas, que, obviamente, pretendem que os seus accionistas paguem menos impostos.
    Claro que é legal, mas será legítimo?

    Continuar a fazer de conta que o crescimento das empresas resulta apenas do capital investido e que o risco é apenas dos seus respectivos donos, não passa de um mito. As empresas crescem graças também ao contributo dos que lá trabalham que, como se está a ver, correm o risco de ficarem no desemprego se as empresas não forem rentáveis, sendo certo, que muitas vezes não o são, não por culpa dos colaboradores, mas por má gestão.

    Mas nada disto é novidade, e não se entende todo este espalhafato por parte dos entendidos na matéria.
    Trata-se, simplesmente, da lógica do sistema capitalista em vigor, cuja ausência de controlo e regulação, por parte do Estado, está na génese da actual “crise”, que permite que quem mais tem, mais queira e o consiga, por força do seu poder económico.

    E as elites dirigentes o que fazem para mudar este estado de coisas?
    Praticamente, nada, porque não estão interessadas em alterar, o que quer que seja, na medida em que os seus interesses poderiam vir a ser afectados. Hipocritamente, fazem de conta que a situação a que chegámos nada tem a ver com eles, defendendo que a boa medida passa pelo empobrecimento daqueles que, afinal, com o seu trabalho, contribuíram para as benesses (e não são poucas) que eles usufruem.

    Os senhores políticos têm que ser capazes de dizer que sociedade justa querem, abordando, decididamente, a questão central da distribuição da riqueza.

    Ajam, enfrentem os interesses instalados, sejam corajosos, sejam responsáveis porque, de facto, é essa a vossa obrigação.

    Deixem-se de tretas, deixem-se de discursos balofos, deixem de ser medricas.

    quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

    CHAMPANHE FRANCÊS

    Texto, muito oportuno, elaborado por Manuel Baptista e publicado no Diário de Notícias:



    A comunicação social deu grande cobertura à assinatura do contrato entre a EDP e a empresa chinesa (estatal) THREE GORGES.
    O acto contou com grande número de convidados. Muitos não tinham qualquer justificação para o convite,  além de serem clientes da EDP!
    No fim, a tradicional sessão de croquetes e o brinde com champanhe francês  (Ruinart, cerca de 50€ a garrafa)! Aliás o próprio DN de sábado 31-12-2011, com foto na primeira página, documentava a alegria do presidente da THREE GORGES empunhando uma garrafa.  Só desconheço se a joie de vivre do Sr.Cao Guangjing foi antes ou depois de refrescar a gorge…
    A própria televisão pública chinesa deu a cerimónia em directo, para além da presença de inúmeros enviados da imprensa daquele país.
    Não teria sido uma oportunidade para divulgar os excelentes espumantes portugueses (Murganheira, Raposeira, Vértice, etc., etc..)?
    O DN, com a louvável iniciativa “Made in Portugal”, deve partilhar o meu desapontamento!