quinta-feira, 22 de março de 2012

TEMPO DE POESIA

Em TEMPO DE POESIA, "ouçamos" CAMÕES:


Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

                           Luís de Camões


OS LUSÍADAS
Canto IX

83

Ó que famintos beijos na floresta, 
E que mimoso choro que soava! 

Que afagos tão suaves, que ira honesta, 
Que em risinhos alegres se 
tornava! 
O que mais passam na manhã, e na sesta, 
Que Vénus com prazeres 
inflamava, 
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo, 
Mas julgue-o quem não 
pode experimentá-lo. 
Lusíadas

domingo, 18 de março de 2012

PAI – Se por aqui andasses…


Olá Pai!

Se por aqui andasses, fazias hoje 99 anos.
Partiste, porém, há 11 anos, não por tua livre e espontânea vontade, porque, agarrado como eras à vida, se dependesse de ti, ainda cá estavas.

 Se por aqui andasses, certamente estarias desapontado com o rumo que este país está a tomar, tu, que tanto vibraste com a restauração da liberdade e com a expectativa de, finalmente, todo este povo poder ter uma vida melhor, sem receios de voltar à pobreza e às desigualdades de oportunidades entre os que muito têm e os que, dificilmente, sobrevivem.

Se por aqui andasses, estarias, certamente, ao lado dos que diariamente lutam, à semelhança do que tu e a mãe fizeram, para proporcionarem aos filhos a possibilidade de se formarem e poderem, assim, constituir a sua própria família, sem esta permanente incerteza quanto ao dia de amanhã, que torna a vida não num prazer, mas sim numa angústia permanente.

Se por aqui andasses, terias hoje, à tua volta, todos os teus descendentes e afins, e, de certeza te irias sentir muito feliz ao confirmares que os teus objectivos de vida se afirmaram para lá da tua própria existência, graças à tua capacidade de luta, ao teu espírito empreendedor, à tua perseverança e à ajuda incondicional da tua companheira de sempre.

Se por aqui andasses, ou onde quer que estejas, gostaria que soubesses que te estou grato e, que te recordo como um exemplo de um homem que viveu a vida com gosto, que lutou e venceu.

Até não sei quando…

Carcavelos, 18 de Março de 2012

quinta-feira, 15 de março de 2012

DIA NACIONAL DA POESIA - 14 de MARÇO

No Dia Nacional da Poesia, aqui recordo um dos poemas de que mais gosto, do meu poeta preferido.


de António Gedeão, 
Fala do homem nascido 



Venho da terra assombrada
Do ventre da minha mãe;
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui,
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.

Trago boca para comer
E olhos para desejar.

Com licença, quero passar,
Tenho pressa de viver.

Com licença! Com licença!
Que a Vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
Não tenho tempo a perder.

Minha barca aparelhada
Solta o pano rumo ao norte;
Meu desejo é passaporte
Para a fronteira fechada.

Não há ventos que não prestem
Nem marés que não convenham,
Nem forças que me molestem,
Correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,
Que a Natureza sou eu,
E as forças da Natureza
Nunca ninguém as venceu.

Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.

Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar!

quarta-feira, 14 de março de 2012

AS "COISAS" COMEÇAM A MUDAR! - 3º Capítulo


Durante todo este tempo andaram-nos a sacar o mais que têm podido, mas agora, começam a dar razão aos que defendem que a austeridade sem crescimento, não é solução.


ZONA EURO

Depois da tempestade, chegou a vez da política

14 março 2012
LA STAMPA TURIM

Angela Merkel e Mario Monti estão de acordo e dizem que precisamos de "mais Europa" e que só uma maior harmonia política pode levar-nos a recuperar a esperança no futuro. A verdade, porém – e insisto nesse ponto –, é que a austeridade que se abate sobre as nossas economias em recessão é excessiva, precisamente por causa da desconfiança mútua que reina entre os nossos países. Essa desconfiança poderá ser ultrapassada, se nos unirmos ainda mais.
Resta saber se o ritmo a que a chanceler pretende avançar nessa direção não será demasiado lento. Porque, presentemente, de Berlim vêm palavras justas mas poucos atos, como salienta um grande alemão, o filósofo Jürgen Habermas. Talvez seja preciso esperar ainda um ano e meio, pelas eleições alemãs do outono de 2013, para vermos resolvidas de forma sustentável as questões em aberto.
As boas intenções manifestadas em 13 de março pelos dois chefes de Governo [Mario Monti e Angela Merkel] têm valor, sobretudo num momento em que pouco se fala da Europa na campanha eleitoral francesa e em que, na realidade, Nicolas Sarkozy marca pontos nas sondagens, atacandoalgumas políticas europeias.

Novas regras menos rígidas

A forte crise que nos atingiu mostrou que os poderes públicos tinham um papel indispensável a representar, para corrigir a instabilidade dos mercados e submeter a algumas regras a energia destes últimos. Mas também mostra que determinados poderes públicos – os países da zona euro – não têm peso suficiente. Em Paris, nem o Presidente em exercício, nem aquele que tem hipóteses de o derrotar, o socialista François Hollande, parecem ter ainda percebido isso.
Felizmente, outros elementos do quadro geral estão a mudar. O compromisso alcançado em 13 de março com a Espanha, que dá a este país algumas tréguas nas medidas de redução do défice, torna um pouco menos cruel o aspeto do futuro pacto orçamental. Além disso, se nos debruçarmos sobre os seus aspetos técnicos, aperceber-nos-emos de que as novas regras de disciplina para as contas públicas são menos rígidas do que inicialmente pareciam.
Para já não falar no facto de que, além de provar a estima de que goza o nosso presidente do Conselho, o estranho anúncio da candidatura de Mario Monti à presidência do Eurogrupo, é um efeito colateral do jogo de cadeiras em curso. Talvez as angústias do Bundesbank sejam aplacadas com a chegada à Comissão Executiva do Banco Central Europeu do luxemburguês Yves Mersch (um "falcão" ao estilo alemão), no cargo que até agora parecia estar destinado a um espanhol. Se assim for, tornar-se-á urgente substituir o presidente do Eurogrupo, o luxemburguês Jean-Claude Juncker, que se tem mantido na presidência por falta de alternativas. 

Uma fase propícia às mudanças

Apesar de, em Bruxelas, tal como em Paris e Berlim, a classe política ter reagido tarde e de forma confusa, a fase atual de desanuviamento em curso nos mercados financeiros facilita algumas alterações. As diferenças de competitividade entre os países, que prejudicam a coesão da zona euro, poderão ser atenuadas na Alemanha, não através da ação do Governo, mas através da ação dos sindicatos, que se preparam para exigir grandes aumentos salariais. Se os conseguirem, a vantagem de que a Alemanha beneficia em relação aos outros países reduzir-se-ia. 
No entanto, continua a avançar-se de um modo um tanto confuso, que envolve o risco de se vir a tropeçar em novos obstáculos. Se se realizassem no próximo mês, as eleições legislativas antecipadas na Grécia iriam quase de certeza prejudicar a qualidade do Governo; e seriam de prever novas medidas de austeridade, para 2013. Por outro lado, no próximo verão, será provavelmente necessário conceder um segundo pacote de ajuda a Portugal.
A Itália só ficará fora de perigo, se o seu aparelho produtivo recomeçar a crescer. Entretanto, o que não é pouco, já reconquistou o seu pleno direito a participar na definição das opções a tomar pela Europa. A ameaça constituída pelo spread[diferenciais de juros relativamente aos bilhetes do Tesouro alemães] obrigou-nos a tomar boas decisões no plano económico. Esperemos que não venhamos a ter de lamentar essas decisões perante novas turbulências da nossa política..


terça-feira, 13 de março de 2012

“CUSTE O QUE CUSTAR”


A inevitabilidade é a forma como o neoliberalismo está a aproveitar a crise para considerar que as suas ideias não são discutíveis.
Perante a situação, é como eles dizem e pronto. A realidade factual pouco ou nada conta.

O nível da dívida é uma obsessão, independentemente das condições económicas de cada país, como sejam o seu crescimento económico, a capacidade de resposta do seu tecido empresarial, a demografia, etc..

Ao estabelecer-se um Tratado, que visa definir um défice de 0,5% para todos os países, obrigando-os a inscrever tal compromisso nas respectivas Constituições, pretendem, sobretudo, proibir as políticas orçamentais anticíclicas e, submeter os países, em maiores dificuldades, a uma crescente pobreza e, consequentemente, a uma maior dependência dos mais “poderosos”, visto que da austeridade necessária resultará recessão que, naturalmente, obrigará a mais austeridade, ocasionando uma espiral de ruína das economias, sem sequer lhes deixar espaço mínimo de manobra para diminuírem as suas dívidas.

Tudo o que se tem feito de experiências destas ideias, nestes domínios, sendo a mais recente a da Grécia *, tem sido ruinoso, com as populações a atingirem graus de sacrifícios e pobreza insustentáveis, mas os ortodoxos desta linha ideológica, não desarmam, procurando forçar a transformação da sua “fé” em lei.

E, se, na Europa começa a ser crescente a contestação a esta crença, com países a pôr em causa as políticas de austeridade sem crescimento económico, nós, por aqui, mantemos a subserviência aos poderosos do norte, afirmando, o Governo, a sua determinação neste rumo, na direcção da ruína e da pobreza, “CUSTE O QUE CUSTAR”.


*O produto interno bruto (PIB) da Grécia contraiu 7,5% no quarto trimestre de 2011.

sexta-feira, 9 de março de 2012

CAVACO SILVA - Avisador-mor; Presidente; Parolo



Esta polémica acerca das palavras escritas por Cavaco Silva, AVISADOR-MOR do país, em que resolve "atirar-se", de uma forma acobardada, ao Sócrates, procurando ficar na fotografia dos bem-comportados, não passa de uma esperteza saloia, procurando, mais uma vez, fazer esquecer as suas responsabilidades e a sua cumplicidade com os amigalhaços, a maior parte dos quais deveriam estar na prisão. (e ele (?), se bem averiguados o negócio da casinha no Algarve, as acções ao preço da uva mijona...não sei, não sei...)

Numa altura destas, o Presidente da República, em vez de procurar colaborar na procura de soluções que minimizem os sacrifícios dos portugueses, vem acicatar os ânimos criando clivagens desnecessárias, inoportunas, denotando o tipo de inteligência de que é dotado. 

Mas não será assim tão estranho, pois desde a cena do bolo-rei, que se percebeu, por diversas vezes, que o seu comportamento é de um autêntico parolo.  

segunda-feira, 5 de março de 2012

AS "COISAS" COMEÇAM A MUDAR! - 2º Capítulo

É importante acompanhar de perto o evoluir dos acontecimentos e constatar que a opinião que temos de que
a Alemanha "utiliza a crise para reforçar a sua economia à custa dos outros", é agora partilhada por muitos, que já vão referindo se François Hollande for eleito, "teremos que começar por reparar os danos",  citando a politóloga Sabine von Oppeln.


ESTADOS-MEMBROS



ALEMANHA

Angela Merkel já contraria François Hollande

5 março 2012
Presseurop
Der Spiegel, Der Standard, Libération
"Conluio contra Hollande", anuncia esta segunda-feira Der Spiegel, revelando que a chanceler alemã pactuou com diversos parceiros europeus em não receber François Hollande, o candidato socialista à Presidência da França. O italiano Mario Monti, o espanhol Mariano Rajoy e o britânico David Cameron ter-se-ão juntado a esta aliança secreta. Merkel agiu por desconfiança em relação à sua política europeia. Hollande anunciou a sua intenção de, caso vença as eleições, renegociar o pacto orçamental que acaba de ser assinado em Bruxelas.
Na opinião do Standard, esta "estranha conspiração” demonstra que os chefes dos governos conservadores na Europa consideram que o seu domínio político está a enfraquecer. Pouco gentil para com Angela Merkel, este jornal diário afirma:
Tudo isto é transparente. O golpe falhou. A chanceler não poderia ter feito melhor coisa para ajudar Hollande. Os franceses estão fartos das promessas não cumpridas e dos gestos de submissão de Sarkozy. Sem falar da grande maioria, que não quer deixar que Berlim lhe imponha o próximo Presidente.
O facto de Merkel se apoiar em Cameron (que regularmente a contraria em relação ao euro) e Rajoy (que acaba de anunciar que fará rebentar o défice espanhol) mostra como está enfraquecida. Ignorar desta forma o possível próximo Presidente do parceiro mais importante, revela uma falta de instinto como já não se via há décadas.
Em Paris, Libération realça que esta rutura aparece no momento em que, numa sondagem, 41% dos franceses questionados afirmam estar convencidos que a Alemanha "utiliza a crise para reforçar a sua economia à custa dos outros"... Se François Hollande for eleito, "teremos que começar por reparar os danos", afirma este jornal diário, citando a politóloga Sabine von Oppeln. Tanto mais que, em 2007, dois meses antes do escrutínio anterior, Angela Merkel recebeu a candidata socialista, Ségolène Royal, com uma conferencia de imprensa conjunta e aperto de mãos em frente às câmaras.

domingo, 4 de março de 2012

POLÍTICA SEM EMOÇÃO


É muito curioso observar muitos dos que, ainda recentemente, faziam a apologia do empobrecimento, virem, agora, a correr, apanhar o comboio do crescimento económico.

Juravam, a pés juntos, que era inevitável a austeridade a qualquer preço, que nada de renegociar as condições do acordo com a Troika, para, nesta sua nova posição, dizerem que afinal se vai necessitar de um maior empréstimo e de alargar o prazo previsto, mas que tal só deve ocorrer no final de 2013. E, cinicamente, como quem fala para parolos, referem, publicamente, com enorme desplante, que a negociação terá de acontecer mas que não convém assumir tal desiderato para o exterior para não se comprometer a confiança então conquistada. Se no final - dizem eles - não se atingir os objectivos previstos, a culpa não será nossa, porque nós, bem comportados, cumprimos a nossa parte. A Troika, então, que se assuma.
Mas assumir este papel não será reconhecer que o Governo se transformou numa mera Direcção Geral?
E, para dizer isto em público, como se não fosse ouvido cá dentro e lá fora, não é preciso ter lata?
E, “cumprir a nossa parte”, tem sido o quê?
Austeridade, austeridade e mais austeridade, às cegas, sem olhar minimamente, para os seus efeitos “sangrentos” sobre a classe média que, desesperadamente, começa a entrar em dificuldades de sobrevivência.

Estamos, sistematicamente, a assistir a toda uma política cheia de preconceitos ideológicos, calculismos e mesmo crenças em que as pessoas são o elo mais fraco sem qualquer relevância nas decisões que têm vindo a ser tomadas.

Quem observar, com atenção, as intervenções públicas dos principais intervenientes na definição das pseudo políticas deste país, fica, certamente, muito preocupado, para não dizer horrorizado, com as posturas assumidas por cada um deles.
Repare-se:

O CDS/PP

·         Este Partido faz parte da coligação, mas ninguém diria. De facto Paulo Portas, sempre que o governo vai anunciar uma medida mais dura, esconde-se atrás das sebes e quando aparece tem um ar cândido como se nada tivesse a ver com ele. Pura hipocrisia!
·         O ministro da Segurança Social, com ar seráfico, diz que vai fazer umas coisas, mas acções concretas são nulas!
·         A ministra da Agricultura, e de mais umas tantas coisas, distinguiu-se pela eliminação das gravatas no ministério e, mais recentemente, perante os problemas resultantes da seca, pela manifestação da sua fé de que irá chover.

O PSD

·         O Gaspar, permanece no planeta dos números, como quem governa um país de robots, mantendo aquele tom de voz irritante de professor primário a fazer ditado para miúdos de oito anos, completamente alheio aos efeitos nefastos, sobre as pessoas, das medidas que vai preconizando. Não se vislumbra uma ponta de emoção naquilo que diz. É assim que consta dos manuais… Inevitabilidade gélida!
·         O Álvaro revela-se um ET, para não dizer “um pastel de nada”, que disse que iria transformar Portugal na Florida da Europa, e que afinal, nem sequer é capaz de nos apresentar, minimamente, um plano estratégico para a nossa economia.
Mas quando se repara no seu olhar, na sua expressão facial, quase “boçal”, sem vida, sem emoção, dificilmente ficamos com esperança do que quer que seja do que dali saia venha a valer a pena!
·         E o Relvas? Bom, o Relvas é o maior! Todos são culpados, excepto ele. Ele é o iluminado, ele é o que diz como tudo deve ser feito. Ele, segundo ele próprio, é o responsável político do governo. Mas, será que ele terá, de facto, a noção  do que é e para que serve a política?
Repare-se, no ar vítreo do seu olhar quando das suas intervenções. Há ali laivos de crueldade e autoritarismo. Humanismo, nem ponta!
·         Quanto ao Primeiro-ministro anda por aí, limitando-se a seguir, disciplinadamente, a senhora Merkel. Porventura, consegue causar alguma emoção naquilo que diz? Alguém se sente arrebatado com as suas palavras? Conhece-se alguma ideia sua sobre a forma de organizar a sociedade europeia? Terá algum pensamento, sistematizado, sobre o futuro do nosso país? Está ali um leader ou um bom rapaz? Qual a diferença entre aquela cara e um pastel de massa tenra? Vislumbra-se uma centelha, sequer, de emoção no seu olhar? É uma secura completa!

Tecnocratas e burocratas que menosprezam as emoções, jamais contribuirão, de forma humanizada, para o bem-estar das populações, um dos principais objectivos da Actividade Política.


Citação:

A minha existência é estimulada pela linguagem dos sentidos. E eu gosto disso.
                                                                                                              In Remoinhos de Emoções de Maria Matias

quinta-feira, 1 de março de 2012

AS "COISAS" COMEÇAM A MUDAR!

Vale a pena ter em atenção esta carta.
As "coisas" começam a mudar, como não poderá deixar de ser.


ECONOMIA

ECONOMIA

A carta dos doze contra Merkozy

21 fevereiro 2012
Presseurop
Corriere della Sera, El Mundo
Corriere della Sera, 21 fevereiro 2012
“Uma mudança de direção liderada por Roma, Londres e Haia”,considera o Corriere della Sera. A 20 de fevereiro, os primeiros-ministros David Cameron, Mario Monti e Mark Rutte enviaram uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, a pedir-lhe para contribuir para “o restauro da confiança na capacidade da Europa gerar um crescimento económico forte e duradouro”.
Co-assinado pelos seus homólogos de nove países (Estónia, Letónia, Finlândia, Irlanda, República Checa, Eslováquia, Espanha, Suécia, Polónia), o documento define as grandes linhas de um plano para evitar o risco de recessão criado pela austeridade: a abertura do mercado interno dos serviços, a implementação de um mercado comum da energia em 2014 e um mercado digital em 2015, com especial atenção para a investigação e o desenvolvimento, a abertura dos mercados mundiais como a Índia, regras mais flexíveis para as pequenas e médias empresas, a inclusão das mulheres e dos jovens no mercado de trabalho, a abertura das profissões protegidas e a criação de um setor financeiro “firme e dinâmico”.
Dois dirigentes faltam à chamada: Angela Merkel e Nicolas Sarkozy. “A Europa que pede um estímulo emerge”, constata El Mundo, para quem esta carta é “a resposta mais coordenada da UE à política de controlo do défice defendida por Angela Merkel”:
A carta chega num momento chave, numa altura em que a economia da UE está quase em recessão e o desemprego aumenta. Deve-se ter em conta esta iniciativa, desde que a UE esteja consciente de que os governos cumprem os seus deveres para controlar o défice e reduzir a dívida. E Merkel deverá tomar nota desta revolta