Neto Afonso
Nesta
data em que completas os teus dezoito anos, recordo, com alguma nostalgia, o
momento em que, graças ao teu nascimento, fui, pela primeira vez, avô.
A
partir daí, acompanhei de perto o teu crescimento e, na medida do possível,
procurei contribuir para a tua formação, sentindo-me muito orgulhoso por ter um
neto maravilhoso, com personalidade própria, com forte espírito familiar,
alegre, disponível, sensível e sempre rodeado de amigos, o que é bem
significativo.
Em
pequeno, as tuas traquinices obrigava-nos a uma permanente atenção. Eras um
“diabrete”. Depois, na Escola, disfarçavas a tua constante irrequietude com um
ar pacato de autêntico santinho de altar.
Mas
lembro-me, também, de ir contigo aos jogos de futebol e torcer por ti, como se
fosses, sem dúvida, o melhor em campo. “Anda Afonso, corre… chuta, chuta…”.
Mais
recentemente, recordo que senti a tua falta quando estiveste em Itália ou que
tive alguns receios com a tua ida a Moçambique.
A
tua enorme capacidade de adaptação e de relacionamento com os outros são por
demais evidentes na facilidade com que te rodeias de amigos e amigas (e que
amigas!) onde quer que estejas. Mas, o que não posso deixar de referir, é o
sentimento quase de perplexidade com que recordo o meu Afonsinho acabado de
nascer e o meu neto Afonso agora, com dezoito anos, acompanhado da sua “sombra”
(giríssima, diga-se de passagem).
Tudo
isto recordo e constato com alegria, mas, simultaneamente, agrada-me pensar que,
ao longo da tua vida, tive ocasião de te ensinar muita coisa e, de certa
maneira, contribuir para o “bom menino” que tu hoje és.
Mas,
meu neto Afonso, embora tenha a esperança de compartilhar as tuas alegrias
durante mais alguns anos, quero lembrar tudo isto para que, daqui a algum tempo,
quando eu já cá não estiver, possas falar de mim aos teus filhos contando-lhes
episódios que vivemos em comum.
Será
um bom sinal de que valeu a pena ser teu avô.
Parabéns
Neto Afonso, muitos e muitos anos de alegre vida.
Beijinhos
do
Avô Jorge
Carcavelos,
06 de Janeiro de 2014