CRÓNICA DESPRETENSIOSA
PASSEIO ÀS FESTAS DE
SÃO JOÃO, NO PORTO,
COM “BREVE” DESVIO NA MEALHADA
No Domingo, como previsto,
partimos por volta das 10.00h, a caminho do Porto.
O tempo estava bom e, portanto, a
viagem correu de forma descontraída.
Acontece, porém, que,
provavelmente, mercê de hábitos adquiridos, o nosso carro começou a desviar-se
da rota, avançando, decisivamente, na direcção da Mealhada. Como os esforços
para o demover não resultaram, lá tivemos que nos sujeitar a fazer o reabastecimento
no “Típico” com uns bons nacos de Leitão, regados com o vinhito da região.
Já mais aconchegados, partimos
para a segunda etapa que nos conduziu até ao Hotel Vila- Galé – Porto, onde
encontrámos um bom alojamento.
Feita a estiva, e tendo em
atenção uma série de dicas da Zé e do Rui, demos corda aos sapatos e lá fomos
na direcção da Sé.
Ali chegados, embarcámos num
“minicomboio”, onde nos fizeram um desconto de um euro por pessoa, por sermos
quatro. Foi bom!
Demos uma volteca e, de seguida,
lá fomos relembrar a Sé por dentro, partindo, de imediato, a caminho do São
João, nas Fontainhas.
Típico, mas pouco interessante,
sendo que nos Restaurantes que tinham sardinhas assadas, as filas eram
impressionantes e a “seca” para sermos atendidos era, no mínimo, de uma hora e
meia.
Andámos por ali e resolvemos
procurar nas ruas em redor onde encontrámos um pequeno restaurante/tasquinha e
lá avançaram as sardinhas.
Pedimos quatro doses, mas duas de
cada vez. As primeiras traziam 4 sardinhas cada, com batatas cozidas e salada,
mas as segundas que traziam muito mais salada, tinham apenas três sardinhas
cada.
O “patrão”, homem grisalho de
ventre avantajado, de avental até ao peito, esclareceu os comensais que as
sardinhas tinham acabado. Para satisfazer os pedidos, digo eu, fez um rateio e
resolveu a questão, passando as doses para três.
Entretanto, foi-nos dizendo que
tínhamos direito ao pão, às azeitonas, ao vinho à discrição, ao caldo verde, à
sobremesa e ao café, tudo por 10 euros e ainda, já ao balcão, fez questão de
nos servir uma aguardente especial, da sua própria produção.
Uma animação!
Saímos, todos contentes, direitos
à Ribeira.
Uma multidão estava à nossa
espera. Ficámos perplexos porque não nos tínhamos apercebido da nossa tão
grande popularidade.
Foi emocionante, porque aquela
“malta” formou alas para nós passarmos, saudando-nos com as tradicionais
“marteladinhas” na cabeça, com martelos e alhos-porros de todas as cores e
tamanhos.
Entretanto, lá iam subindo aos
céus, os coloridos balões de S. João, saudados, efusivamente, pela multidão.
Uma alegria por pouco dinheiro!
À meia-noite, rompeu o fogo-de-artifício
para gáudio daquela imensidão de gente, que ali estava há horas, esperando
aquele momento.
No dia seguinte, numa reportagem,
na Televisão, perguntava o repórter a uma assumida portuense.
- Esteve na Ribeira, ontem?
- Então não habia de estar - respondeu ela com o seu típico sotaque.
- E gostou do fogo-de-artifício?
-Não, não gostei…, - disse ela com cara tristonha.
- Então, porquê? – insistiu ele.
- Olhe, foi muito pobrezinho,
muito pobrezinho – fez uma pausa e, com
ar desolado,
rematou – tinha muito vermelho e pouco azul…
Na 2ª feira, visitámos o Palácio
da Bolsa, cuja sala árabe é de facto sumptuosa e, ali mesmo ao lado, a Igreja
de São Francisco (que certamente o Gaspar não conhece senão ainda rapava todo
aquele ouro) e como não íamos ter tempo de visitar umas caves, compensámos com
uma descida às catacumbas da Igreja.
A fomita, entretanto, estava a
apertar e, portanto, rapidamente, chegámos à Ribeira, e mais concretamente
junto do recomendado Restaurante “A Filha da Mãe Preta”, não sem antes
constatarmos que lá estão, ainda, o “Cubo da Ribeira” e o São João Baptista, no
seu nicho.
Só que, provavelmente, digo eu, a
filha tinha ido passar o dia com a mãe e, por essa razão, o dito estava
fechado.
Mesmo ali ao lado, há o
Restaurante “Mercearia” e foi aí que nos reabastecemos para o resto do dia.
Como Serralves estava fechada,
apanhámos um táxi para os Jardins do Palácio de Cristal, onde, de acordo com o
Programa das Festas de S. João, havia um concerto por uma Filarmónica.
Estava muito calor e a sinfónica
deu-nos música tipo “dodecafónica”, com um coral de miúdos que cantavam cada um
para seu lado, o que, digamos, não foi muito aliciante. Aliás, pelas minhas
contas estavam lá cerca de 250 pessoas, (sem contar com os músicos que eram 40
e as criancinhas que eram outras tantas). Ora, se estes 80 “artistas” levaram,
cada um, três familiares, então não familiares seriam cerca de dez pessoas,
entra as quais, quatro eramos nós próprios.
Nessa noite, fomos até uma
Marisqueira em ”Mátosinhos” onde as Sopas de Peixe, a Salada de Búzios e a
Sapateira recheada justificaram, largamente, a “visita” àquele monumento
gastronómico.
Após uma passagem por Vila Nova
da Gaia, regressámos a penates e dormimos que nem uns justos.
Na manhã seguinte, não visitámos
o Museu Soares dos Reis, porque à terça-feira só abre de tarde, pelo que
rumámos direitos à Figueira da Foz, mais concretamente a Buarcos onde, no
Restaurante Teimoso, com vista para o mar, fizemos uma refeição à base de
peixe.
Muito bom!
Tranquilamente, regressámos à
Capital, após este agradável passeio, onde o tempo, sempre bom, foi um factor
importante.
Data: 23 a 25JUN2013