Durante dois anos, o Governo
foi anunciando e, logo de seguida, adiando o início do crescimento económico.
O que, porém, fomos
verificando é que, mercê das políticas que, teimosamente, foi pondo na prática,
o que cresceu não foi o Produto Interno, mas sim, o Deficit, a Despesa Pública,
a Dívida e, em consequência, o descalabro da vertiginosa subida do Desemprego.
Esta situação de políticas
que nos têm conduzido a uma espiral recessiva, que nos empobrece inevitavelmente,
são demasiado evidentes, não sendo preciso qualquer habilitação específica para
que a grande maioria dos portugueses, que sofrem os seus efeitos, as constatem
e as repudiem.
Mas o que é grave, é que a
coligação no Governo, apesar de o Ministro Gaspar, quando da sua demissão, ter
proclamado o falhanço dessas políticas, insiste na continuidade do caminho que
vem seguindo como ficou bem patente, preto no branco, quando na “tentativa” de
acordo com o Partido Socialista, deixou, por escrito, todas as suas intenções.
Só não vê quem não quer
ver que todas as novas promessas não passam de palavreado que apenas enganam
quem, de facto, quer ser enganado!
E foi exactamente isso que
fez o Presidente da República, nesta sua intervenção, num jogo “de faz de conta”,
como se não conhecesse a realidade ou estivesse a falar para um país de
patetas.
Repare-se:
- Ao rejeitar as eleições
antecipadas, que poderiam ocasionar a formação de um novo Governo, que teria
muito mais condições de vir a negociar um Acordo de relançamento da economia,
entre os dois Partidos mais votados, Cavaco argumentou, exaustivamente, que tal
teria custos brutais. Ora, é o mesmo Cavaco, no mesmo discurso, que se propõe
marcar eleições “antecipadas” para daqui a um ano, como se em tal momento os
custos não fossem os mesmos, com a agravante de agora reforçarmos a incerteza,
face a fragilidade de um Governo a prazo, desmotivado por isso mesmo.
- Ao decidir aceitar este
Governo remodelado, Cavaco conhecia a sua nova orgânica e, portanto, estava a
aceitar Paulo Portas como o novo Primeiro-ministro disfarçado de “vice”, sendo
que Passos Coelho, ao delegar nele as suas principais funções, passará, quando
muito, a “porta-voz” do Governo, tarefa, aliás, de que tem dado sobejas provas
de medíocre desempenho.
Mas o Presidente também
sabe muito bem da incompatibilidade das posições públicas assumidas pela actual
ministra das Finanças e do empossado ministro da Economia, prevendo-se,
facilmente, que após o pó assentar, se irá mais uma vez ver que não é possível dois
galos para o mesmo poleiro.
- Ao aceitar manter este
Governo, Cavaco Silva não teve presente que Passos Coelho:
ü
Começou por perder Relvas, que era o seu
grande apoio, por falta de força anímica;
ü
Gaspar bateu-lhe com a porta, dizendo
que as políticas tinham sido um fracasso e que o Governo não tinha liderança;
ü
Paulo Portas demite-se por discordar de
Passos e das políticas que estavam por ele a ser seguidas;
ü
Que o próprio Passos Coelho, ao entregar
o poder a Paulo Portas, se está a demitir das suas funções;
não reparou, não enxergou
que o Primeiro Ministro já não existe e é urgente substituí-lo?
Nada disso, Cavaco sabe
muito bem tudo isso, mas montou todo este teatro para disfarçar e perseverar a
sua própria imagem. No seu próximo “prefácio” dirá que “ele bem fez todos os possíveis
mas os Partidos políticos, blá, blá, blá….”
As imagens, em plena crise,
nas Selvagens, ao falar das cagarras que o deixaram dormir e a enviar um
bilhete-postal à “esposa” e o encontro com o Jardim, ilustram, muito bem,
Cavaco no seu melhor.
Pois eu se pudesse .........mandava-o era para outro lado!
ResponderEliminarQue fulaninho!!!