A inevitabilidade
é a forma como o neoliberalismo está a aproveitar
a crise para considerar que as suas ideias não são discutíveis.
Perante a situação, é
como eles dizem e pronto. A realidade factual pouco ou nada conta.
O nível da dívida é uma
obsessão, independentemente das condições económicas de cada país, como sejam o
seu crescimento económico, a capacidade de resposta do seu tecido empresarial,
a demografia, etc..
Ao estabelecer-se um Tratado,
que visa definir um défice de 0,5% para todos os países, obrigando-os a
inscrever tal compromisso nas respectivas Constituições, pretendem, sobretudo,
proibir as políticas orçamentais anticíclicas e, submeter os países, em maiores
dificuldades, a uma crescente pobreza e, consequentemente, a uma maior
dependência dos mais “poderosos”, visto que da austeridade necessária resultará
recessão que, naturalmente, obrigará a mais austeridade, ocasionando uma
espiral de ruína das economias, sem sequer lhes deixar espaço mínimo de manobra
para diminuírem as suas dívidas.
Tudo o que se tem feito
de experiências destas ideias, nestes domínios, sendo a mais recente a da
Grécia *, tem sido ruinoso, com as populações a atingirem graus de sacrifícios
e pobreza insustentáveis, mas os ortodoxos desta linha ideológica, não
desarmam, procurando forçar a transformação da sua “fé” em lei.
E, se, na Europa começa
a ser crescente a contestação a esta crença, com países a pôr em causa as
políticas de austeridade sem crescimento económico, nós, por aqui, mantemos a
subserviência aos poderosos do norte, afirmando, o Governo, a sua determinação
neste rumo, na direcção da ruína e da pobreza, “CUSTE O QUE CUSTAR”.
*O
produto interno bruto (PIB) da Grécia contraiu 7,5% no quarto trimestre de 2011.
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