Os chamados “especialistas”
adoram tornar as suas conversas técnicas para que o vulgar cidadão, ainda que
razoavelmente informado, se sinta esmagado com tal “saber”, desista da
discussão e se submeta às suas conclusões.
O que acontece, porém, é
que tais “profundos conhecedores”, frequentemente, divergem entre si, o que,
obviamente, anula a ideia que pretendem passar de que o que eles dizem é que é o
indiscutivelmente correcto, porque, como se sabe, perante duas ideias
diametralmente opostas, quando muito só uma estará do lado da razão.
É por isso, que não
entendo que o facto de o Memorando de Entendimento ter sido elaborado pelos
especialistas da Troika se tenha convertido num dogma ao ponto do Primeiro
Ministro, mau grado os resultados à vista, continuar a dizer que vamos no rumo
certo, porque estamos a cumprir as medidas que estão plasmadas naquele
famigerado documento.
É por demais evidente
que, com a lógica e consequentes políticas em curso e o ritmo ali definido não
vai ser possível
- nem Diminuir o Deficit de forma sustentada
-nem Amortizar a Dívida nos tempos mais próximos
O crescimento económico é
condição “sine qua non” para
possibilitar qualquer destes objectivos, tanto mais que já está provado que os
aumentos dos impostos acima de determinado nível não faz crescer a receita
fiscal, mas, pelo contrário, fá-la descer, e os cortes e as receitas
extraordinárias não são infinitas.
A complexidade das
medidas necessárias impõe que se tenha em conta os reflexos que ocasionam na
população e, consequentemente, se avance, mas com os pés assentes no chão,
cientes que é preciso salvaguardar a dignidade e sobrevivência de todos os que
vivem neste país.
E é preciso ouvi-los! Já
lá vai há muito a época do
“Tudo para o povo, embora sem o povo”.
Mas é evidente, que não
se altera, uma cada vez mais debilitada economia, de um dia para o outro.
Esta história de que são
precisos mais um ou dois anos para que Portugal se possa organizar, de forma
sustentada e criar condições para cumprir as suas obrigações para com os
credores e, no mínimo, diminuir significativamente o desemprego é pura ilusão.
Para um não
especialista, mas com uns bons anos de experiência da vida, tudo o que seja
menos de dez anos não é realista e nada ocorrerá de muito diferente do que se
tem visto nos últimos dois anos.
O insucesso das
políticas seguidas por sugestão da Troika e os resultados obtidos dá-nos argumentos
suficientes para nos confrontarmos e exigirmos uma flexibilização, não nos
sujeitando a uma incondicional submissão a quem tem como objectivo principal
conseguir o nosso empobrecimento, como diz Passos Coelho, “custe o que custar”.
O
caminho mais curto para a derrota é enfrentarmos o inimigo de joelhos.
Tio,
ResponderEliminarhá uma frase, célebre e de algum modo clichè, que se diz quando está em causa a honra e os princípios de uma pessoa... "mais vale morrer de pé, do que viver de joelhos"!
Já uma vez escrevi que não sei se por ignorância ou por falta de experiência, não consigo interpretar nem justificar muitas das decisões que têm sido tomadas. Mas sei que está tudo mal, sei que a classe política hoje é um circo pelo qual não tenho respeito nenhum (porque não se dão ao respeito e porque há um egoísmo, um cinisco e uma insensibilidade brutais).
Cavaco não é o meu presidente, Passos não é nada, a Troika é um instrumento de um sistema capitalista (no mau sentido do conceito) que volta e meia, precisa de vir pedir a bula ou o quinhão feudal... enfim!
Lamento muito mas para mim, só há uma solução.
Tintin e os Picaros... um muro e vendas, porque cobardes como eles são, deixariam um rastinho da mijadinha e nem sequer teriam a coragem de olhar para o seu julgamento.
Cruel e excessivo?! Talvez! Mas cada vez mais, a malta se está a erguer, a sacudir os joelhos e a ficar de pé!