Durante anos, o grande debate
mundial andava à volta das virtudes e dos contras da economia de mercado versus
economia planificada.
Por força dessa “luta”,
estivemos, por diversas vezes, à beira de uma guerra, cujas consequências,
seriam incalculáveis.
As provas obtidas, junto dos países
onde imperou o comunismo, vieram demonstrar que a economia planificada que lhe
está subjacente, proporcionou que as classes dirigentes se apoderassem das
rédeas do poder e, rapidamente, se tenham estabelecido ditaduras que limitaram
ou mesmo excluíram os mais elementares direitos das populações, nos quais, se
inclui, obviamente, a liberdade.
Impondo a sua vontade, os
ditadores prenderam, deportaram ou mesmo eliminaram todos os cidadãos que se
permitiram discordar das suas ideias.
Para se manterem no poder e não
abrir mão das regalias que foram obtendo, as classes dirigentes desses países,
foram impondo restrições, de toda a ordem, àqueles povos que foram empobrecendo
até chegarem, em muitos casos, à miséria.
A queda dessas ditaduras acabou
por ser inevitável e, a vitória da economia de mercado sobre a economia
planificada, foi evidente.
Mas, após a simbólica queda do
muro de Berlim, o que vem acontecendo na Europa capitalista que, naturalmente,
optou pela economia de mercado?
Libertos dessa rivalidade que os
tinha oposto à sociedade comunista, os detentores do capital e uma parte
significativa das classes dirigentes da Europa Ocidental começam a impor a
ideia, dita liberal, de que o mercado tudo regula e que a presença do Estado
deve ser reduzida à mais elementar insignificância.
O resultado já está à vista!
Na lógica do capitalismo, quem
mais tem, mais quer, a distribuição da riqueza desproporcionou-se e o fosso
entre os mais ricos e os mais pobres cresceu desmesuradamente, não só entre as
populações, mas também entre os próprios países.
As classes dirigentes, instaladas
no seu bem-estar, tudo fazem para manter os seus privilégios e, a economia de
mercado está hoje transformada na economia dos interesses.
Em termos globais, essa
tendência, à semelhança dos países comunistas, mas de forma mais sofisticada,
vai proporcionando autênticas ditaduras dos poderes instalados para quem os
programas votados para os eleger são autêntica letra morta, parecendo evidente
que a Alemanha, aos poucos, com uma agenda obscura, tenta, tal como fez a União
Soviética, transformar os países à sua volta em meros satélites na sua
dependência económica. O controlo que está a tentar impor agora à Grécia e
amanhã a Portugal e por aí adiante, é um bom exemplo do caminho perigoso que
está a ser percorrido.
Só uma última questão:
Que pensará o Governo português
de tudo isto?
Alguém sabe?
Mas será que eles têm alguma
visão sobre este assunto?
Ou, pior ainda, será que eles
próprios concordam com o caminho que está a ser seguido?
E onde está a
voz “forte” da oposição a obrigá-los a definirem-se?
A mãozinha que tudo regula pode
ser invisível, mas os donos dela estão bem à vista, procurando utilizar a
economia de mercado para estabelecer a
ditadura dos interesses.
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