terça-feira, 30 de outubro de 2012

REFUNDAR!


Este fim-de-semana, o país ficou perplexo quando ouviu Passos Coelho, que, teimosamente, tem defendido que nem sequer aceita renegociar o Acordo com a Troika, vir agora dizer que tal documento tem de ser REFUNDADO.

E a interrogação, generalizada, é de tentar saber o que tal palavra, na boca do Primeiro-Ministro, quererá dizer.

Se a questão tem a ver com o significado, nada melhor do que consultar o dicionário.

Pois bem, REFUNDAR significa:
- Tornar mais fundo
- Fundar novamente
- Afundar
Mas se afinal significa “afundar”, ah! Então não estamos perante novidade nenhuma, é, exactamente, isso que tem vindo a acontecer.

A menos que tenha sido um lapso e ele quisesse dizer REFUNDIR.
Aí o Dicionário diz-nos que tal palavra significa:
- Derreter de novo
- Transmudar de um vaso para outro

Mais uma vez, tal não traria nenhuma novidade, porque mudar dos que menos podem para os que mais têm, tem sido a prática corrente deste Governante e dos seus apaniguados.

No fundo, no fundo, o que ele pretendeu foi distrair o país, e a novidade é nenhuma, porque a Refundar-nos e a Refundir-nos, com mais letra menos letra, é o que Passos Coelho nos tem vindo a fazer desde que chegou ao poder.

Apetece-me dizer “REFUNDAR”?
VAI TU!
                                                                                                            

                                                                                                

sábado, 27 de outubro de 2012

NEM SEQUER,POR MERA RAZÃO DE FÉ!


Em 18 de Setembro de 2012, o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, após a sua Assembleia de Bispos, emitiu uma Nota onde refere uma série de considerações, como, por exemplo:

“A Igreja sempre defendeu, entre as expressões da liberdade, a liberdade económica, desde que as suas concretizações se submetam aos objectivos do bem-comum. Os próprios lucros das pessoas, das empresas e dos grupos devem orientar-se para o bem- comum de toda a sociedade”

e, mais à frente:

Sujeitos a uma dimensão ética de serviço à humanidade, os mercados não podem separar-se do dinamismo económico, transformando-se em fontes autónomas de lucro que não reverte, necessariamente, para o bem-comum da sociedade”

continuando:

“A superação da crise supõe uma renovação cultural. A Igreja quer contribuir para esta renovação com os valores que lhe são próprios: a dignidade da pessoa humana, a solidariedade como vitória sobre os diversos egoísmos, a equidade nas soluções e na distribuição dos sacrifícios, atendendo aos mais desfavorecidos, a verdade nas afirmações e análises, a coragem para aceitar que momentos difíceis podem ser a semente de novas etapas de convivência e de sentido coletivo da vida”

para, finalmente, terminar com uma mera razão de fé:

Nós, os crentes, contamos para isso com a força de Deus e a proteção de Nossa Senhora”.

Que quer tudo isto dizer?
Em que acções concretas tais afirmações se concretizam por parte dos arautos defensores dos pobres e oprimidos?


É fácil imaginar os Bispos, muito bem comportados, em plena Assembleia, a apoiarem aquela Nota que, obviamente, é inconsequente, tanto mais que, entretanto, D. Policarpo se veio assumir contra os que na rua manifestaram o seu desespero, perante o caminho da crescente pobreza e, mesmo, da fome de muitas famílias.


Esta Assembleia, veio-me hoje à memória, ao ouvir/ver, nas Jornadas Parlamentares conjuntas do PSD e CDS/PP, o Primeiro- Ministro encerrá-las com um discurso de cerca de 40 minutos sem, praticamente, nada dizer, sem um “golpe de asa”, sem algo que, minimamente, galvanizasse, ao menos, os presentes, seus fiéis apoiantes, ao ponto de apenas o aplaudirem pouco antes de terminar.

Já nem eles mesmo acreditam, nem sequer, por mera razão de fé!
Mais tempo para ajustamento como quer o PS adiaria o crescimento, garante Passos
                                                
           

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

SOLIDARIEDADE/HIPOCRISIA


O Ministro da SOLIDARIEDADE emitiu uma Proposta de Decreto-lei em que se prevê:

1.      Cortar em 10% o montante mensal do Subsídio de Desemprego, que passaria dos actuais 419,00€ para 317,00 € e, que atingiria cerca de 150.000 desempregados;
2.      Cortar o valor do Rendimento Social de Inserção em 6%;
3.      Cortar 10% ao valor do Subsídio Social de Desemprego;
4.      Cortar o Complemento Solidário para Idosos em 2,25%;
5.      Cortar o Subsídio por morte;
6.      Cortar o valor de reembolso das despesas de funeral.  

A simples leitura desta Proposta do Ministro Mota Soares deixa qualquer um perplexo, causando náuseas mesmo aos menos sensíveis.
E, tenha esta Proposta o desfecho que tiver, só a sua simples formulação faz-nos pensar como era hipócrita o comportamento daquela figurinha que se exprime por soluços, quando, na Oposição, se mostrava um acérrimo defensor dos mais desfavorecidos e até se deslocava de “lambreta” para “armar aos cágados”.

Esta Proposta é irracional, impiedosa e cobarde, porque se trata de um asqueroso ataque aos que, praticamente, já nada têm, nem sequer capacidade para se defenderem.

Onde está a SOLIDARIEDADE da Democracia-cristã no meio de toda esta HIPOCRISIA?

E, de acordo com as declarações do Ministro, ainda é necessário mais!

Já nada nos pode admirar, nem mesmo quando, na sequência do “emigrem”, venha a sugestão do Governo  do “morram mais cedo, para aí uns três anos”.

Afinal, dirá então o Governo, que se tratará apenas de uma Proposta a ser negociada com os mais velhos, podendo vir a ficar em apenas dois anos, sendo certo que tal  redução do tempo de vida é uma boa medida, visto contribuir para diminuir o Deficit pelo lado da Despesa.

                                                                                                   


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

QUIZAS, QUIZAS, QUIZAS

"Sempre que te pergunto, "COMO, QUANDO e DONDE" estás perdendo o tempo, pensando, pensando.... até quando, até quando.
Estão passando os dias e eu (e tu) desesperando....."

Oiçam e deixem o vosso pensamento sobrevoar toda a vossa existência.
Tanta coisa boa, mas, também, quanto esforço, quanto trabalho, quantos anos de luta e sacrifício para, agora, uns "badamecos de merda" sem sentimentos , sem escrúpulos, num ápice, como quem acende um fósforo, vêm pôr em causa tudo o que foi feito e que, afina,l eles próprios estão a usufruir.....
No mínimo, é triste...




http://www.youtube.com/embed/SEQpp2xvWY0

sábado, 20 de outubro de 2012

MARRAR, MARRAR, MARRAR…


O Fundo Monetário Internacional, num invulgar assumir de culpas, veio confessar ter havido um erro de previsão nos impactos ocasionados pela austeridade nas perdas causadas no Produto Interno Bruto, nos modelos que estão a ser utilizados nos vários países “intervencionados”.
Sem dúvida, só um erro “colossal”, os terá levado a esta iniciativa!
De facto, segundo eles, em vez de se perder 0,5 € do PIB por cada 1 € de austeridade, perder-se-á entre 0,9€ e 1,7€. (entre o dobro ou mesmo mais do triplo do que tinham considerado).

Qualquer leigo percebe que esta constatação altera de tal forma uma das premissas básicas do programa, que nem vale a pena olhar para os resultados a que tinham chegado, antes de refazer todos os cálculos.

Pois bem, questionado sobre tal declaração do FMI (que é um dos membros da Troika), o Primeiro-Ministro português, não só não aproveitou tal argumento, como forma de encarar a indispensável revisão dos objectivos do memorando que nos foram impostos a partir daquele pressuposto e procurar, por essa via, minimizar os efeitos desastrosos que estão e vão continuar a ocorrer, como, bem pelo contrário, veio afirmar que:

“Os países que estão sobre assistência financeira não devem aligeirar os seus esforços” até porque “em Portugal não estamos a funcionar com multiplicadores abstractos, estamos com um programa concreto e monitorizado a cada três meses”.

Mas, se os tais multiplicadores não são abstractos é porque são concretos, isto é, assentam na própria realidade.
Assim sendo, EXPLIQUE-NOS, qual a razão/desculpa para que quase todas as previsões essenciais não tenham sido atingidas e, até o tão endeusado Deficit tenha tido uma derrapagem colossal, derrapagem essa, que não foi atingida de um momento para o outro, mas ao longo do ano, apesar dos multiplicadores, como ele diz, não serem abstractos.
Foi então do quê? EXPLIQUE-NOS!!!!!!

E o que dizer do ar descarado com que Passos Coelho faz estas considerações em público, quando a quase totalidade dos especialistas contrariam tais afirmações? (ver citações) *

Será mera ignorância?
Será má-fé, para enganar o Zé Povinho?
Ou, será uma enorme teimosia de quem não quer dar o braço a torcer, “custe o que custar”?

Os extremistas tecnocratas, cujo modelo, uma vez construído, funciona como verdade absoluta e indiscutível (veja-se o que está a acontecer com o Orçamento), perdem a racionalidade, para passarem a agir em nome da fé e, a partir desse momento marram, marram, marram no capote vermelho ou numa parede, até que se lhes parta alguma coisa…

Sinceramente, é o que penso que lhes vai acontecer mais dia, menos dia…


*Citações:

·         Austeridade orçamental vai deixar “tudo morto”- Manuela Ferreira Leite
·     O processo do Orçamento do Estado é “desastroso” e Passos Coelho tem falta de liderança – Marcelo Rebelo de Sousa
·         Redução do número de escalões do IRS é inconstitucional – Jorge Miranda
·         Esta carga fiscal pode gerar uma septicemia na economia – Bagão Félix
·     Receio que… as previsões macroeconómicas sejam, mais uma vez, uma coisa imaginária e sem aderência à realidade – Silva Lopes
·         Há um risco de a recessão ser ainda maior e do desemprego aumentar ainda mais e… o risco deste Orçamento, depois na sua aplicação, ser inviável – Marques Mendes
·         Será uma tragédia nacional, em que o desemprego vai subir em flecha e a falência das empresas será em catadupa - João Ferreira do Amaral
·         É absolutamente inviável, do ponto de vista orçamental, conseguir-se uma consolidação como a que é pretendida pelo governo – Manuela Ferreira Leite
·         Dose excessiva da austeridade pode ser mortal- Peer Steinbruck – (adversário directo de Merkel)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Versos do JOVEM SEM ESPERANÇA





Versos do JOVEM SEM ESPERANÇA
                                                                  Jorge Paulos                                                                


Gostava de trabalhar,
Até sonhava casar,
Ter filhos para tratar,
Correr com eles e brincar.

Mas se não há que fazer,
Já mal chega p’ra comer,
Se viver é só sofrer,
E “eles” não querem saber…

Para quê, então, nascer?
Para quê, então, crescer?
Para quê, então, viver?

Acham que devo roubar?
Acham que “os” devo matar?
Acham que devo morrer?

Já não sei o que fazer!!!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

CIDADÃO PACÍFICO – Até quando?


Passos Coelho, numa confirmação do seu total desconhecimento da realidade do país em que vive, acusou, no Parlamento, o Partido Comunista de incentivar a violência, ao referir que o Governo estava a roubar o povo português.
Não é necessário ter qualquer afinidade com a ideologia que o PC perfilha, para se perceber, que tem sido a sua capacidade de enquadramento que tem evitado que as manifestações, até agora, não tenham terminado em desacatos, lutas violentas com a polícia ou, mesmo, fogos postos, como, aliás, vem acontecendo, por exemplo, na Espanha e na Grécia.

Do alto da sua Torre de Marfim, Passos Coelho, Gaspar, Relvas e quejandos, continuam na sua senda de espoliação absurda, procurando provocar o povo para lá da sua subsistência, sem dó, nem piedade, como o vão fazer, de novo, com a  apresentação do Orçamento para 2013, contra tudo e contra todos, num autêntico assalto à mão armada, procurando, por todos os meios, encaminhar-nos para a pobreza.

Até quando, perante o desespero, que é mau conselheiro, e que já está implantado, o Cidadão Pacífico o deixará de o ser?

Até quando, perante a arrogante indiferença destes governantes, sem escrúpulos, o Cidadão Pacífico vai resistir, chamando-lhes, por educação, apenas ALDRABÕES, VIGARISTAS e LADRÕES, embora lhe apeteça denomina-los de “FILHOS DA PUTA”?

Até quando, perante esta permanente provocação governativa e a necessidade diária de sobrevivência, o Cidadão Pacífico se manterá sem avançar para os distúrbios violentos?

A pacificidade tem limites!

ATÉ QUANDO?
Subida de Impostos para 2013 é sismo fiscal

Aumento de IRS é assalto à mão armada


sábado, 13 de outubro de 2012

MANIFESTAÇÃO vs PEREGRINAÇÃO


D. Policarpo diz que as Manifestações de rua nada resolvem e, até são corrosivas e, acrescenta, “que nem uma revolução resolve a actual situação”.
E, refere tudo isto, exactamente, em Fátima, onde está a presidir a uma enorme peregrinação que, não passa, também ela, de uma manifestação de rua que, fazendo fé das suas próprias palavras, certamente, também nada resolverá e até pode ser corrosiva.

De facto, ao longo da História da Humanidade, as religiões sempre procuraram mostrar a sua força e a sua ânsia pelo poder, promovendo enormes e, muitas vezes, sangrentas manifestações, com consequências conhecidas.

D. Policarpo resolveu, legitimamente, ser mais um analista político, que tenta, com as suas palavras, desmobilizar a luta do povo, que em desespero de causa, procura, através da rua, dar voz ao seu desespero.
D. Policarpo tem a sua opinião e entendeu manifestá-la publicamente, como aliás o têm feito, ultimamente, outros dignitários da Igreja Católica, mas com sentido contrário.

Esta curiosa falta de sintonia, leva-me a alvitrar que se reúnam e, que peçam a Deus que os inspire para que, à luz dos seus deveres religiosos que deverão ter para com a humanidade, consigam a paz no mundo.

Se, ao desincentivar a luta justíssima de todos aqueles que, com fé ou sem ela, não conseguem sequer o pão para os seus filhos, D. Policarpo bem poderia dizer-nos se a alternativa que propõe é um milagre e, consequentemente, meter uma cunha junto de Deus que, atendendo a quem lhe pedia, talvez ficasse sensibilizado e resolvesse, no mínimo, o problema de todos aqueles que morrem à fome e, cuja única culpa é terem nascido por vontade de Deus.



           

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

CONIVÊNCIA INQUALIFICÁVEL


Face aos resultados alcançados…

1.      Face aos resultados alcançados por este Governo e, por este Primeiro-Ministro, já não está em dúvida que Passos Coelho enganou o eleitorado, dizendo que conhecia bem o país e que estava preparadíssimo para o salvar do caminho da “bancarrota”.
Pensando bem, como é que um simples Jota, que andou por aí por umas empresazecas e foi lendo uns livritos, poderia ter a experiência suficiente (mínima), para governar um país?
O que é facto, é que, após ter chegado ao governo tudo foi fazendo ao contrário do que prometera na campanha eleitoral, numa insofismável prova de insegurança e, agora, sentindo-se, completamente, perdido, corre para a frente, num “custe o que custar”, sem perceber (ou se ralar) com o sofrimento crescente que está a causar aos portugueses, nos quais, obviamente, se incluem os que nele acreditaram e o elegeram.
Passos Coelho é um autêntico “bluff”.

2.      Face aos resultados alcançados por este Governo e por este Ministro das Finanças, já não restam dúvidas que Vitor Gaspar pode ser um conhecedor teórico genial, mas, pelos vistos, conhece apenas um só modelo, acerca do qual tem uma fé ilimitada, porque, sem alternativas, insiste numa política que todos reprovam, que, dia-a-dia, nos afunda ainda mais, que leva as famílias ao desespero e à fome e, que, ele faz que não percebe (ou não se rala), anunciando-nos aumentos pornográficos de impostos, com o ar mais cândido do mundo.
Vitor Gaspar, já não engana ninguém, é, igualmente, um evidente logro.

3.      Face aos resultados alcançados por este Governo e a tudo com que se comprometeu com o seu próprio eleitorado, como é que o Ministro de Estado Paulo Portas, líder de um dos Partidos da Coligação, continua a passar através dos pingos da chuva, fazendo aquela cara de quem “tomou óleo de fígado de bacalhau”, não reagindo, de forma explícita e frontal, perante este enorme roubo com assalto à mão armada, que são os indiscritíveis aumentos de impostos e o saque aos funcionários públicos, aos aposentados e aos reformados, que destrói, por completo, a classe média, quando, por razões eleitoralistas, se arvorava como paladino dos “contribuintes”?
Paulo Portas está a ser, afinal, igual a si próprio, um disfarçado demagogo, ansioso pelo poder.

4.      Face aos resultados alcançados por este Governo, o que dizer de Miguel Relvas e da sua capacidade de coordenar a política governativa? Só razões de compadrio justificam que ainda não tenha sido, pura e simplesmente, corrido.
Miguel Relvas é um arrogante defunto, convencido que ainda está vivo.

Mas,

5.      Face aos resultados alcançados por este Governo, tão ou mais grave, é a atitude do Presidente da República. Conhecedor absoluto de toda esta situação, da realidade do país, dos resultados desastrosos da política seguida pelo Governo e, sabedor que a sua continuidade nos arrastará para o total descalabro, continua a aceitar a continuação deste rumo, do empobrecimento galopante da vida das famílias e do destroçar acelerado da economia com um brutal crescimento do desemprego, sem, claramente, dizer ao povo, que o elegeu e que ele jurou defender, o que pensa que deve ser feito para inverter o rumo desta situação, permitindo, ao menos, perspectivar uma esperança para o futuro.

Sabendo, muito bem, que a continuação desta política irá ser um desastre completo e, que, consequentemente, os portugueses, de que ele é Presidente, já não podem sofrer mais, aliás, já não têm por onde sofrer mais, Cavaco Silva se aceitar este Orçamento, sem agir de alguma forma, deixando que esta “quadrilha” de teóricos, incompetentes e impreparados, no arraste para o abismo, a sua atitude será, sem sombra de dúvida, de CONIVÊNCIA INQUALIFICÁVEL.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

PAUSA



Talvez não seja mau, de quando em vez, fazermos uma PAUSA, para reflectir:


"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, e depois perdem o dinheiro para a recuperar. 

Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. 

Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido..." 
(Confúcio)








segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O FANTASMA DA CRISE POLÍTICA …



Fortemente apoiados pelo Presidente da República, todos os Partidos da Oposição não hesitaram em se juntar e criar as condições para que o Governo de Sócrates caísse, porque, segundo eles, era necessário substituí-lo para salvar o país da bancarrota, forçando, então, a um Acordo com a Troika, que, acrescentavam, “já deveria ter sido feito há muito tempo”.

É bom lembrar, que as condições do Acordo foram intensamente negociadas entre o Governo e a Oposição, chefiada então pelo Catroga, que se vangloriou de que muito daquilo que lá ficou escrito a ele se devia. Portanto, as condições acordadas foram sobrescritas pelos três Partidos – PS / PSD / CDS, que, obviamente, não só são corresponsáveis, como o ficaram a conhecer muito bem.

Nessa situação de crise, criada intencionalmente para derrubar o Governo, a solução óbvia foi a de promover eleições, que decorreram com normalidade democrática, tendo sido eleito novo Governo (PSD/CDS), com maioria absoluta, que garantiu ter todas as soluções para os problemas do país e que tem podido governar, a seu belo prazer, tomando, livremente, as medidas que entende adequadas e que, do seu ponto de vista “lírico” estão a ter resultados espectaculares.

Mas a verdade é que, a realidade, do dia a dia, desmente, de forma clamorosa, essas atoardas do Primeiro Ministro e do Ministro das Finanças, em que os resultados das políticas seguidas estão à vista, em que “não há cão nem gato” que esteja de acordo com o Governo, e, em que até mesmo a grande maioria dos mais “conceituados” membros dos Partidos da Coligação demonstra a sua total discordância, perante os consecutivos erros de previsão dos objectivos definidos, mas também da imaturidade demonstrada e da incapacidade de definir um rumo e uma programação estratégica para o país.

Portugal, está, pois, muito pior, sem rumo, a ser “navegado” à vista, com o povo sem ânimo e com o Governo amedrontado, acantonado e desnorteado e a Coligação a dar sinais de desmoronamento e de grande desconfiança entre eles.

Ainda assim, o Primeiro Ministro insiste nesta desastrosa política de empobrecimento acelerado, neste sinuoso labirinto sem saída, “cantando e rindo” como nos tempos da Mocidade Portuguesa, tempos para os quais parece querer- nos fazer voltar.

Face a esta situação, não será indispensável estancar esta sangria desatada, antes que seja tarde demais?

Qual é o drama de derrubar este Governo, promover novas eleições, e se procurar avançar com uma nova política realista, que possa vir a possibilitar a criação de riqueza e, então sim, criar condições para que, num espaço de tempo adequado e com encargos financeiros não especulativos, possamos vir a pagar gradualmente aos nossos credores?

O FANTASMA DA CRISE POLÍTICA subjacente à queda do Governo, não passa disso mesmo. É uma mera tentativa de tentarem sobreviver incutindo-nos o medo do caos!

Afinal, o Governo anterior não foi derrubado, como eles dizem, à beira da bancarrota? E o que é que aconteceu?
O país não desapareceu, nem a democracia enfraqueceu!
Bem pelo contrário!
O povo pronunciar-se é sinal de vitalidade, de capacidade de renovação, de vontade de sair do marasmo e de seguir em frente.
Um novo Governo e uma nova política virada para as pessoas serão, certamente, a melhor forma de surgir uma nova esperança e de tornar o país viável e, assim, podermos cumprir os compromissos que se venham a reassumir com os nossos credores numa base, obviamente, realista.

O que está a acontecer é que nos levará ao incumprimento e ao descalabro.

É tempo de deixarmos de ter medo porque, aconteça o que acontecer, é sempre melhor do que irmos morrendo dia a dia, com crescente sofrimento.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

SÃO IMPOSTOS , MEU SENHOR…


            


Durante cerca de vinte minutos, o ministro Gaspar dissertou sobre os êxitos da política seguida por este Governo, durante o corrente ano, procurando mostrar que tudo está a correr da melhor forma, quando a própria realidade vem mostrando exactamente o contrário.

Se tudo se passasse como ele disse, o natural era que, em consequência dessa melhoria, o Ministro das Finanças anunciasse ao país um conjunto de medidas de desagravamento dos sacrifícios que nos têm sido impostos.

Pois bem, o que se passou foi que Vitor Gaspar apenas anunciou impostos e medidas ainda mais gravosas do que as que sofremos no ano corrente.

O ilusionismo de Gaspar é cada vez mais evidente.
Como é possível que aos funcionários públicos e reformados venha dizer que devolve um mês de subsídio para, logo de seguida, o sacar pela via do IRS?
Isto é argumentos de vendedor de “banha de cobra, é aldrabice pura, diria mesmo, argumentos próprios de vigaristas.
“DIZ QUE DEVOLVE E DE SEGUIDA RETIRA”.
Mas não contente, em cima dessa compensação que repõe o que o Tribunal tinha considerado inconstitucional por não ser equitativo, acrescenta, agora, o saque de um mês de subsídio a todos os trabalhadores privados.

Será que é mais um a achar que somos todos ignorantes?

A avaliação da actividade profissional de quem quer que seja não pode ser feita pela fama, tem de ser aferida em função dos resultados.
Este Vitor Gaspar, até agora, para além das falinhas mansas, errou em quase todas as previsões, especialmente naquelas que considerou mais decisivas.

Para quem, como este Governo, entende que os privados é que são eficazes, já deveria ter agido como o faria uma empresa a sério, que, com tais resultados, já teria substituído o Director Financeiro .

Vitor Gaspar, com aquele ar de “Rainha Santa Isabel”, após a sua inicial ladainha, abriu o regaço e de lá apenas caíram impostos e medidas gravosas, sem que se vislumbrasse, ao menos, uma pétala de esperança.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

EQUIDADE


A Equidade tem tido um papel de enorme relevância no desenvolvimento e aplicação do Direito, com a procura de que a situação final seja mais justa para todas as partes envolvidas.
É por isso, que vamos ouvindo, sistematicamente, a todo o mundo, a exigência de que os sacrifícios a que estamos a ser sujeitos sejam distribuídos tendo em atenção os rendimentos resultantes do trabalho, mas também os que ocorrem em consequência do capital.

Se tal for feito, minimizar-se-á, um pouco, a actual situação dos que habitualmente são chamados a pagar, mas, daí, nada resulta para a solução de fundo que assola a sociedade dita ocidental.

Bem podem esgrimir inúmeros argumentos para tentar arranjar “bodes expiatórios” para justificar o estado em que nos encontramos, mas, tais esforços, não passam de tentativas para nos iludir, atirando-nos areia para os olhos.

A questão de fundo está de facto na Equidade, mas não só na distribuição dos sacrifícios, mas, principalmente, na distribuição da riqueza.

Enquanto for possível que este regime capitalista, desregrado e especulativo, permita que apenas alguns sejam os detentores do capital, em grande parte à custa do trabalho dos restantes, sem que, consequentemente, a riqueza que todos nós produzimos seja distribuída de forma mais equitativa, o caminho levar-nos-á à pobreza crescente, até ao limite da sobrevivência e mesmo da própria fome.

Nessa altura, quando o desespero reinar, a EQUIDADE surgirá, sabe-se lá como….  

O CHERNE




Quando, hoje, ouvimos Durão Barroso dizer que a Comissão Europeia já aprovou as medidas que o Governo português lhes tinha submetido, o CIDADÃO vê, ouve e não acredita.

Então, trata-se das medidas que vão ser impostas ao povo português e, nós não sabemos e Bruxelas já sabe?

E a concertação social?

E os Deputados que é suposto representarem todo o Povo?

E o maior partido da oposição a quem se solicita solidariedade no Orçamento?

E porque carga de água é o Barroso a dar-nos a conhecer tal facto e blá-blá-blá … que temos que aceitar e ser solidários…
Solidários com quê? Com mais austeridade sem esperança?

Só cá faltava mais este para nos tentar anestesiar.
Aliás, percebe-se melhor porque a esta ilustre personagem, lhe chamam o CHERNE.

É que tudo isto, francamente, já cheira a peixe podre!!!