sábado, 22 de dezembro de 2012

O DIA SEGUINTE


                


Afinal, o Mundo não acabou!
Nem o mundo, nem as parvoíces do Primeiro-Ministro, Passos Coelho, que terminou o dia afirmando que os portugueses estão perante uma nova guerra tão injusta, quanto foi a Guerra Colonial e que, em consequência, é necessário que cada português seja um soldado na luta pelo futuro do país.

Como é possível vir reconhecer a injustiça da guerra e, simultaneamente, agredir os que lá andaram e que são os actuais reformados, sacrificando-lhes ainda mais a vida com a redução (roubo) das suas reformas, fruto exclusivo do seu trabalho?

Fazer o paralelismo entre a actual situação de “guerra” e a Guerra Colonial só se for para lembrar que o sofrimento de então e, de agora, se deve, no primeiro caso, ao ditador Salazar que, tal e qual Passos Coelho, teimou em continuar uma política de guerra “morra quem morrer”, semelhante ao “slogan” do actual  1º Ministro, “custe o que custar”.
De facto, também Salazar, quando da guerra colonial, indiferente aos mortos e estropiados, muitos dos quais ainda hoje sofrem os efeitos do que lá passaram, proclamou, tal qual o faz agora Passos Coelho, que cada português teria de ser um soldado pronto a dar a vida em defesa da pátria.

Passos Coelho abre a boca e sai asneira!
A hipocrisia e desumanidade das suas palavras são bem patentes quando, da boca para fora,  diz que a situação é injusta, ao mesmo tempo que tem na mão a faca que nos espeta nas costas quando, quotidianamente, corta os direitos que nos assistem, com especial relevo para os reformados e pensionistas, que vão andando de “guerra em guerra” até à morte final.

Ontem, afinal, não foi o fim do mundo, nem o fim de nada, nem sequer das parvoeiras de Passos Coelho que quer que todos sejamos soldados sem munições que ele, paulatinamente, nos vai tirando.
Parvoíce ou provocação?

Mas as guerras injustas acabam, normalmente, com a queda daqueles que as provocam.
Foi assim no 25 de Abril e, sê-lo-á, certamente, com a actual insuportável situação.

O Mundo ainda não acabou, porque há sempre um dia seguinte…

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