quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

EVIDÊNCIAS


 
Conforme tem sido evidente, confirmado pela prática, as políticas de austeridade, conduzidas por este Governo, produzem recessão.
Também é evidente que, enquanto houver recessão, não só não vai ser possível pagar a dívida do país, como, crescentemente, nos vão sendo exigidos maiores sacrifícios.

Parece ser consensual, que só o crescimento produz riqueza, mas que tal crescimento implica que haja investimento e, que o consumo interno não seja drasticamente reduzido, como vem a acontecer em consequência da diminuição das remunerações e do excessivo aumento de impostos.

Se, como diz o Ministro da Economia,

«O memorando de entendimento, como originalmente foi concebido, não tem uma componente que é essencial para voltarmos a crescer, que são o estímulo e os apoios ao investimento»

então, também é evidente, que é preciso rever a forma de apoio por parte da Troika a Portugal, renegociando o Acordo existente, como é já reivindicado pela maior parte dos vários sectores da nossa sociedade.
Aliás, é normal tal revisão, tanto mais que as condições, à partida, são muito diferentes das actuais, com especial relevo do pressuposto da proporcionalidade entre o valor da quebra do PIB e o valor do aumento da austeridade, como, recentemente, o FMI reconheceu.

Acontece, porém, que o Governo e aqueles que por dever o têm de apoiar, têm-se manifestado, sistematicamente, contra esse pedido de revisão.

E aqui põe-se a seguinte questão, também ela evidente:
Embora seja imperativo renegociar as condições do Memorando, o que é facto é que não estando o Governo de acordo com tal desiderato, não poderá ser ele a fazê-lo sob pena de conseguir um Acordo ainda mais penalizador para todos nós.

E então?
Vamos andar aqui sujeitos à teimosia desta “rapaziada” que chegou ao poder sem experiência de qualquer espécie, sem créditos governativos firmados, sem conhecimento da vida real, sem “estaleca” para, com a força da razão, se confrontarem, de cabeça erguida, sem subserviências e conseguirem, com êxito, “levar a carta a Garcia”?

Continuo sem perceber porque é que a mudança de governantes, sem ou com eleições, é um mal pior do que a situação, cada vez mais agravada, que estamos a viver.

Crise política é estarmos a ser governados “à vista” sem rumo ou, pior ainda, com um rumo que leva Portugal e os portugueses direitinhos ao empobrecimento e ao retrocesso civilizacional.

É evidente que a solução para o país não passa por Passos, Gaspar e Relvas, sem esquecer o Portas, que também tem culpas no cartório, face ao seu cúmplice silêncio.

Se o Presidente da República diz que é preciso acabar com o “ciclo vicioso” que está a ocorrer na nossa economia e com a “espiral recessiva”, pergunta-se – de que está ele à espera? (chega de paninhos quentes!)

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