Conforme tem sido evidente, confirmado pela prática, as
políticas de austeridade, conduzidas por este Governo, produzem recessão.
Também é evidente que, enquanto houver recessão, não só
não vai ser possível pagar a dívida do país, como, crescentemente, nos vão
sendo exigidos maiores sacrifícios.
Parece ser consensual, que só o crescimento produz riqueza,
mas que tal crescimento implica que haja investimento e, que o consumo interno
não seja drasticamente reduzido, como vem a acontecer em consequência da
diminuição das remunerações e do excessivo aumento de impostos.
Se, como diz o Ministro da Economia,
«O memorando de entendimento, como
originalmente foi concebido, não tem uma componente que é essencial para
voltarmos a crescer, que são o estímulo e os apoios ao investimento»
então,
também é evidente, que é preciso rever a
forma de apoio por parte da Troika a Portugal, renegociando o Acordo existente,
como é já reivindicado pela maior parte dos vários sectores da nossa sociedade.
Aliás,
é normal tal revisão, tanto mais que as condições, à partida, são muito
diferentes das actuais, com especial relevo do pressuposto da proporcionalidade
entre o valor da quebra do PIB e o valor do aumento da austeridade, como,
recentemente, o FMI reconheceu.
Acontece,
porém, que o Governo e aqueles que por dever o têm de apoiar, têm-se
manifestado, sistematicamente, contra esse pedido de revisão.
E aqui
põe-se a seguinte questão, também ela evidente:
Embora
seja imperativo renegociar as condições do Memorando, o que é facto é que não
estando o Governo de acordo com tal desiderato, não poderá ser ele a fazê-lo
sob pena de conseguir um Acordo ainda mais penalizador para todos nós.
E então?
Vamos
andar aqui sujeitos à teimosia desta “rapaziada” que chegou ao poder sem
experiência de qualquer espécie, sem créditos governativos firmados, sem conhecimento
da vida real, sem “estaleca” para, com a força da razão, se confrontarem, de
cabeça erguida, sem subserviências e conseguirem, com êxito, “levar a carta a
Garcia”?
Continuo
sem perceber porque é que a mudança de governantes, sem ou com eleições, é um
mal pior do que a situação, cada vez mais agravada, que estamos a viver.
Crise
política é estarmos a ser governados “à vista” sem rumo ou, pior ainda, com um
rumo que leva Portugal e os portugueses direitinhos ao empobrecimento e ao
retrocesso civilizacional.
É evidente que a solução para o país não passa por Passos, Gaspar
e Relvas, sem esquecer o Portas, que também tem culpas no cartório, face ao seu
cúmplice silêncio.
Se o
Presidente da República diz que é preciso acabar com o “ciclo vicioso” que está
a ocorrer na nossa economia e com a “espiral recessiva”, pergunta-se – de
que está ele à espera? (chega de paninhos quentes!)
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