A CAPA DO SÃO MARTINHO
(poesia espontânea)
Chovia que Deus a
dava
Estava um frio de
rachar
Quando o General
Martinho
Viu um pobre a
tiritar
Parou seu nobre
cavalo
E com punhal afiado
E deu-a àquele
desgraçado
Deus, que está lá nas
alturas
Ao ver aquele gesto
lindo
Transformou a
tempestade
No bom Verão de São
Martinho
A capa do nosso Santo
É um símbolo a
relembrar
E com castanhas e
vinho
Costumamos celebrar
No outro dia,
encontrei-o
Estava velho e tinha
frio
O gesto que tinha
feito
Já p’ra nada lhe
serviu
Perguntei-lhe pela
capa
“Não a tenho” – disse
o Santo
“P’ra poder
sobreviver,
Fui entregá-la ao
Banco”
Que importa a vida
que levas
Se há gente com tal
frieza
Que nem a capa do
pobre
Escapa a tamanha avareza
No Presépio deste ano
Por justiça e por
carinho
Vou trocar o rei
Gaspar
Pelo nosso São
Martinho
Jorge Paulos
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