quinta-feira, 15 de novembro de 2012

SEMENTES DE VIOLÊNCIA



A violência é usada como a forma de, normalmente, pela via física, impor a vontade de uns a outros, procurando manter ou conquistar o poder, destruindo, muitas vezes, tanto a propriedade como as vidas dos oponentes.


Os lamentáveis acontecimentos violentos de ontem, junto à Assembleia da República, devem ser, vivamente, condenados porque, num Estado democrático, como é Portugal, não deve ser essa a via seguida para resolver os nossos problemas.

Mas, se é verdade que, nalguns casos, como parece ter sido o que ontem ocorreu, tal violência física tem origem em “grupelhos” que fazem de tal prática a forma inaceitável de se manifestarem, não podemos, nem devemos, menosprezar o que está a ocorrer em outos países, que pode reverter para o nosso, onde as manifestações, com violência física, são consequência de outras formas de violência, nomeadamente, violências de carácter económico.
De facto, por essa Europa, governos autistas, entre os quais se situa o nosso, insistem, teimosamente, com enorme frieza e sem escrúpulos, em levar por diante políticas de empobrecimento acelerado, levando as famílias mais desfavorecidas a níveis abaixo da sobrevivência e ao inevitável desespero o que é, em si mesmo, sementes de violência.

Baseados no princípio de que somos um povo de Cidadãos Pacíficos, não parece sensato que o governo continue, violentamente, a esticar a corda até que ela acabe por rebentar, o que, naturalmente, irá suscitar uma reacção, igualmente, violenta, porque tudo tem os seus limites, para além dos quais tudo pode acontecer…

Recusemos a violência física, mas rejeitemos, igualmente, outras formas de violência, como é o caso do ataque à vida económica e social que está a ser exercida, indiscriminadamente, sobre os portugueses, levando-os ao desespero, o que pode tornar, inevitável, reacções mais agressivas.

                                      


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