A
violência é usada como a forma de, normalmente, pela via física, impor a
vontade de uns a outros, procurando manter ou conquistar o poder, destruindo,
muitas vezes, tanto a propriedade como as vidas dos oponentes.
Os lamentáveis
acontecimentos violentos de ontem, junto à Assembleia da República, devem ser,
vivamente, condenados porque, num Estado democrático, como é Portugal, não deve
ser essa a via seguida para resolver os nossos problemas.
Mas, se
é verdade que, nalguns casos, como parece ter sido o que ontem ocorreu, tal
violência física tem origem em “grupelhos” que fazem de tal prática a forma
inaceitável de se manifestarem, não podemos, nem devemos, menosprezar o que
está a ocorrer em outos países, que pode reverter para o nosso, onde as
manifestações, com violência física, são consequência de outras formas de
violência, nomeadamente, violências de carácter económico.
De
facto, por essa Europa, governos autistas, entre os quais se situa o nosso,
insistem, teimosamente, com enorme frieza e sem escrúpulos, em levar por diante
políticas de empobrecimento acelerado, levando as famílias mais desfavorecidas a
níveis abaixo da sobrevivência e ao inevitável desespero o que é, em si mesmo,
sementes de violência.
Baseados
no princípio de que somos um povo de Cidadãos Pacíficos, não parece sensato que
o governo continue, violentamente, a esticar a corda até que ela acabe por
rebentar, o que, naturalmente, irá suscitar uma reacção, igualmente, violenta,
porque tudo tem os seus limites, para além dos quais tudo pode acontecer…
Recusemos
a violência física, mas rejeitemos, igualmente, outras formas de violência,
como é o caso do ataque à vida económica e social que está a ser exercida,
indiscriminadamente, sobre os portugueses, levando-os ao desespero, o que pode
tornar, inevitável, reacções mais agressivas.
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