6 – A RESTAURAÇÃO
O desaparecimento de D. Sebastião na batalha de Alcácer
Quibir ocasionou uma crise dinástica em Portugal, tendo o trono sido ocupado,
primeiro pelo Cardeal-Rei D. Henrique e, depois, por Filipe II de Espanha, que era neto de D.
Manuel I.
Durante 60 anos, Portugal esteve sob o “domínio filipino”
(1581/1640), sendo, na prática, como que uma província espanhola.
Ao longo desse período, os Burgueses portugueses foram
empobrecendo e os Nobres, não só iam ficando mais pobres, como viam os seus
cargos ocupados pelos espanhóis. Para além disso, os Impostos pagos pelos
portugueses estavam a ser utilizados para custear as despesas do Império
espanhol.
Perante esta situação, começa a ser cada vez mais
poderosa a ideia da recuperação da independência, a que aderem todos os grupos
sociais.
Inicia-se, então, uma conspiração organizada por um grupo
de nobres – cerca de 40 conjurados – que, no dia 1 de Dezembro de 1640,
invadem, de surpresa, o Palácio Real e matam Miguel de Vasconcelos*.
A revolta toma, imediatamente, corpo, em todo o país, com
o povo em geral (urbano e rural), dando o poder reinante a D. João IV, então
Duque de Bragança.
Durante 28 anos os
portugueses sustiveram as sucessivas tentativas de invasão pelos exércitos de
Filipe IV e vencendo-os nas mais importantes batalhas em todas as frentes, tendo culminado com o Tratado de
Lisboa (1668), em que foi estabelecida a paz definitiva entre as partes, reconhecendo a Espanha a Restauração da
Independência de Portugal.
Ao
longo da História, tem-se provado,
que,
nem sempre os aparentemente mais poderosos, o são de facto.
*Miguel de Vasconcelos era um político português que, durante o domínio filipino,
desempenhou o cargo de “Escrivão da Fazenda e de Secretário de Estado” em nome
do rei Filipe IV de Espanha (Filipe
III de Portugal), tendo plenos poderes para aplicar pesados Impostos em
Portugal.
Era,
obviamente, odiado pelo povo porque, sendo português, colaborava com os
representantes da dominação filipina.
Foi a
primeira vítima do golpe do 1º de Dezembro, pois, os Conspiradores, ao
invadirem o palácio e, ao encontrarem-no escondido num armário, mataram-no e,
de seguida, atiraram-no pela janela fora.
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