sexta-feira, 5 de abril de 2013

OS CÃES… É PRECISO REAGIR!


Um dos argumentos mais usados para justificar a nossa subserviência perante a Troika é a de que, no momento em que o país estava próximo da “bancarrota”, esses “parceiros” nos ajudaram.
Trata-se de uma visão redutora do que se passou, na medida em que tal intervenção também (ou sobretudo) teve como intenção não deixar cair o país numa situação de falência que impossibilitaria o pagamento da dívida, cujos credores esse “trio” representava.

Ao elaborarem o Memorando, os “troikianos” impuseram regras leoninas que, como se tem vindo a demonstrar, não visavam ajudar o país a reerguer-se, o que, obviamente, teria de ser feito com algum tempo alargado, mas sim, quase exclusivamente, a empobrecê-lo e (julgavam eles) por essa via, a obter os meios de pagamento para, no mais curto espaço de tempo, liquidar a dívida, numa lógica de sacar, sacar, sacar (com juros altíssimos) o resto da carne, deixando-nos a pele e os ossos, findo o que, muito provavelmente, nos irão “aconselhar” a abandonar o euro.

 Repare-se na postura destes senhores, quando vêm avaliar o desempenho relativamente ao cumprimento das medidas preconizadas no “Memorando”.
Perante a constatação de que a realidade não permite atingir as metas previstas, não procuram corrigir as políticas seguidas, o que fazem, de forma umas vezes implícita e de outra explícita, é ameaçarem que se não se cumprir seremos punidos, independentemente do que “custe o que custar” (e estamos a falar de desemprego, desarticulação das famílias e mesmo da crescente situação de sobrevivência e fome com o que de humilhação tal representa).
Alguém acha que, porventura, eles querem saber disso?

Mas, se a experiência já demonstrou a todos, mesmo aos que de início achavam que nada devia mudar, que as políticas (medidas) que estão a ser tomadas, ao invés de ajudar o país e as famílias, nos “enterram” cada vez mais, porque espera a nossa classe dirigente para sair da situação de cócoras em que se deixou colocar e, mobilizando o país e os portugueses contra a ideia de inevitabilidade do empobrecimento, de cabeça levantada diga, claramente, à Troika, que não estamos dispostos a aceitar esta chacina em fogo lento?
Não é verdade que nos tenhamos de submeter, sem reacção, a tudo o que nos pretendem impor.
E também não é líquido, bem pelo contrário, que uma posição forte, fundamentada e decidida, não tenha acolhimento por parte dos principais dirigentes e representantes dos nossos credores. Eles sabem bem, que se o país sucumbisse, outros se seguiriam, sendo eles próprios arrastados no turbilhão que certamente ocorreria o que, obviamente, não lhes interessa.

A renegociação das condições do chamado “resgate”, é de tal forma indispensável, que deverá ser considerado um desígnio nacional.
Ao longo da História, tem-se provado que nem sempre os aparentemente mais poderosos o são de facto.

É preciso reagir, sem receio e com convicção!

 porque
Os cães, quando pressentem o medo, atacam.

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