Um dos
argumentos mais usados para justificar a nossa subserviência perante a Troika é
a de que, no momento em que o país estava próximo da “bancarrota”, esses
“parceiros” nos ajudaram.
Trata-se
de uma visão redutora do que se passou, na medida em que tal intervenção também
(ou sobretudo) teve como intenção não deixar cair o país numa situação de
falência que impossibilitaria o pagamento da dívida, cujos credores esse “trio”
representava.
Ao
elaborarem o Memorando, os “troikianos” impuseram regras leoninas que, como se
tem vindo a demonstrar, não visavam ajudar o país a reerguer-se, o que,
obviamente, teria de ser feito com algum tempo alargado, mas sim, quase
exclusivamente, a empobrecê-lo e (julgavam eles) por essa via, a obter os meios
de pagamento para, no mais curto espaço de tempo, liquidar a dívida, numa
lógica de sacar, sacar, sacar (com juros altíssimos) o resto da carne,
deixando-nos a pele e os ossos, findo o que, muito provavelmente, nos irão “aconselhar”
a abandonar o euro.
Repare-se na postura destes senhores, quando
vêm avaliar o desempenho relativamente ao cumprimento das medidas preconizadas
no “Memorando”.
Perante
a constatação de que a realidade não permite atingir as metas previstas, não
procuram corrigir as políticas seguidas, o que fazem, de forma umas vezes
implícita e de outra explícita, é ameaçarem que se não se cumprir seremos
punidos, independentemente do que “custe o que custar” (e estamos a falar de
desemprego, desarticulação das famílias e mesmo da crescente situação de
sobrevivência e fome com o que de humilhação tal representa).
Alguém
acha que, porventura, eles querem saber disso?
Mas, se
a experiência já demonstrou a todos, mesmo aos que de início achavam que nada
devia mudar, que as políticas (medidas) que estão a ser tomadas, ao invés de
ajudar o país e as famílias, nos “enterram” cada vez mais, porque espera a
nossa classe dirigente para sair da situação de cócoras em que se deixou
colocar e, mobilizando o país e os portugueses contra a ideia de
inevitabilidade do empobrecimento, de cabeça levantada diga, claramente, à
Troika, que não estamos dispostos a aceitar esta chacina em fogo lento?
Não é
verdade que nos tenhamos de submeter, sem reacção, a tudo o que nos pretendem impor.
E também
não é líquido, bem pelo contrário, que uma posição forte, fundamentada e
decidida, não tenha acolhimento por parte dos principais dirigentes e representantes
dos nossos credores. Eles sabem bem, que se o país sucumbisse, outros se
seguiriam, sendo eles próprios arrastados no turbilhão que certamente ocorreria
o que, obviamente, não lhes interessa.
A
renegociação das condições do chamado “resgate”, é de tal forma indispensável,
que deverá ser considerado um desígnio nacional.
Ao
longo da História, tem-se provado que nem sempre os aparentemente mais
poderosos o são de facto.
É
preciso reagir, sem receio e com convicção!
porque
Os
cães, quando pressentem o medo, atacam.
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