quarta-feira, 20 de junho de 2012

SOLSTÍCIO


Hoje é o “maior dia” do ano, ou seja, o dia com maior número de horas de luz, porque o Sol permanece mais tempo no nosso horizonte visual.
Há povos, por todo o mundo, que festejam este dia, agradecendo (solicitando) ao sol a sua influência nas colheitas, que desejam abundantes.
Muitos outros, porém, que também habitam este planeta, não dão qualquer importância ao facto, ou talvez, mesmo a maioria, não dê por tal acontecimento. E, todavia, ele ocorre todos os anos.

Realmente, este fenómeno não passa de um mero pormenor quando comparado com a grandeza “daquilo” a que chamamos Universo e que se formou há milhões de anos, não se sabe como, nem porquê, nem para quê.
O que fomos descobrindo sobre este espaço sem fim (sem fim?), apenas nos dá a ideia de que tudo isto é algo em pleno movimento perpétuo (perpétuo?), numa constante procura de equilíbrios que recomponham os desequilíbrios, que também eles vão ocorrendo a todo o momento.

A questão da “existência”, que parece ter, mais tarde, ocasionado o aparecimento da vida que, posteriormente, deu origem à humanidade, continua sem explicação, mau grado todas as tentativas especulativas, em que as várias crenças mais ou menos religiosas, contêm contradições tão primárias, que, na sua maioria só se justifica a sua aceitação, por mero receio do após morte (vale mais prevenir do que remediar).

“Cogito ergo sum”, “penso logo existo”, disse Descartes e porque existimos pensamos, temos a capacidade de poder duvidar de tudo o que, à primeira vista, parece correcto e verdadeiro, para além da nossa própria existência.
Mas essa nossa existência, em si mesma, como ele, aliás, também defendia, constituiu, desde sempre, a razão de surgir o desejo pelo conhecimento humano, mas em bases sólidas e seguras.

Durante todos estes milhares de anos que por ”aqui” andamos, pouco ou nada conseguimos perceber sobre este fenómeno universal, pelo que, vale a pena olharmos os pequenos factos do dia-a-dia que nos rodeiam e, para disfarçar a angústia dessa nossa incapacidade de ver mais longe, festejemos o Solstício, desejando que o sol continue a alumiar este Planetazinho onde, não se sabe porquê, tudo o que acontece de bom são dádivas da providência divina, enquanto o mau (muito mau), são circunstâncias sem autor.

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