sábado, 13 de outubro de 2012

MANIFESTAÇÃO vs PEREGRINAÇÃO


D. Policarpo diz que as Manifestações de rua nada resolvem e, até são corrosivas e, acrescenta, “que nem uma revolução resolve a actual situação”.
E, refere tudo isto, exactamente, em Fátima, onde está a presidir a uma enorme peregrinação que, não passa, também ela, de uma manifestação de rua que, fazendo fé das suas próprias palavras, certamente, também nada resolverá e até pode ser corrosiva.

De facto, ao longo da História da Humanidade, as religiões sempre procuraram mostrar a sua força e a sua ânsia pelo poder, promovendo enormes e, muitas vezes, sangrentas manifestações, com consequências conhecidas.

D. Policarpo resolveu, legitimamente, ser mais um analista político, que tenta, com as suas palavras, desmobilizar a luta do povo, que em desespero de causa, procura, através da rua, dar voz ao seu desespero.
D. Policarpo tem a sua opinião e entendeu manifestá-la publicamente, como aliás o têm feito, ultimamente, outros dignitários da Igreja Católica, mas com sentido contrário.

Esta curiosa falta de sintonia, leva-me a alvitrar que se reúnam e, que peçam a Deus que os inspire para que, à luz dos seus deveres religiosos que deverão ter para com a humanidade, consigam a paz no mundo.

Se, ao desincentivar a luta justíssima de todos aqueles que, com fé ou sem ela, não conseguem sequer o pão para os seus filhos, D. Policarpo bem poderia dizer-nos se a alternativa que propõe é um milagre e, consequentemente, meter uma cunha junto de Deus que, atendendo a quem lhe pedia, talvez ficasse sensibilizado e resolvesse, no mínimo, o problema de todos aqueles que morrem à fome e, cuja única culpa é terem nascido por vontade de Deus.



           

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