
D.
Policarpo diz que as Manifestações de rua nada resolvem e, até são corrosivas e,
acrescenta, “que nem uma revolução resolve a actual situação”.
E,
refere tudo isto, exactamente, em Fátima, onde está a presidir a uma enorme peregrinação
que, não passa, também ela, de uma manifestação de rua que, fazendo fé das suas
próprias palavras, certamente, também nada resolverá e até pode ser corrosiva.
De
facto, ao longo da História da Humanidade, as religiões sempre procuraram
mostrar a sua força e a sua ânsia pelo poder, promovendo enormes e, muitas
vezes, sangrentas manifestações, com consequências conhecidas.
D.
Policarpo resolveu, legitimamente, ser mais um analista político, que tenta,
com as suas palavras, desmobilizar a luta do povo, que em desespero de causa,
procura, através da rua, dar voz ao seu desespero.
D. Policarpo
tem a sua opinião e entendeu manifestá-la publicamente, como aliás o têm feito,
ultimamente, outros dignitários da Igreja Católica, mas com sentido contrário.
Esta
curiosa falta de sintonia, leva-me a alvitrar que se reúnam e, que peçam a Deus
que os inspire para que, à luz dos seus deveres religiosos que deverão ter para
com a humanidade, consigam a paz no mundo.
Se, ao desincentivar
a luta justíssima de todos aqueles que, com fé ou sem ela, não conseguem sequer
o pão para os seus filhos, D. Policarpo bem poderia dizer-nos se a alternativa
que propõe é um milagre e, consequentemente, meter uma cunha junto de Deus que,
atendendo a quem lhe pedia, talvez ficasse sensibilizado e resolvesse, no
mínimo, o problema de todos aqueles que morrem à fome e, cuja única culpa é
terem nascido por vontade de Deus.
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