Quando era jovem vivia o
Natal com ansiedade pensando, essencialmente, nas prendas que o “menino Jesus”
me iria pôr no sapatinho, que eu, na véspera do dia 25, ia colocar na chaminé.

Mau grado as
dificuldades que as famílias menos abastadas passavam, esta época era de
alegria e de confraternização familiar com uma ceia melhorada a que,
normalmente, não faltava o bacalhau e os doces tradicionais.
É que, apesar de tudo,
era possível sonhar que o ano seguinte pudesse vir a ser melhor, mercê de um
aumento salarial ou de uma promoção, fruto do empenho na actividade
profissional.
Depois, veio um período
de alguma melhoria em que o Natal se vivia com enorme prazer e até, com alguma
emoção.
Este ano, pouco disso
persiste, com a alegria de então!
A tristeza e o desânimo
abateram-se sobre nós e, aqueles que, eventualmente, poderiam contribuir para
que a situação em que vivemos se invertesse, insistem, teimosamente, em seguir
o caminho que traçaram, numa atitude de total desprezo pelas famílias que empobrecem,
vertiginosamente, e, vão ficando, cada vez mais, sem os recursos indispensáveis
à sua própria sobrevivência.
Por mais que disfarcemos,
o Natal de 2012 é um mero ritual, onde a alegria foi substituída pela angústia
e, a esperança de dias melhores deu lugar à triste certeza de que os tempos que
aí vêm, vão ser, certamente, piores.
O Natal deste ano não
será o tempo simbólico do “Nascimento de Jesus” e das ofertas dos “Reis Magos”,
mas sim o tempo da ordem de Herodes, o Grande, para a perseguição e matança “de todos os meninos de Belém e de todos os
seus arredores”.
Para os crentes, com
essa matança, cumpriu-se mais uma profecia proclamada por Jeremias que dizia:
“Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto, choro e grande
lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque não mais
existem” (Mt 2:17-18)
É preciso evitar estas “matanças”;
É preciso lutar contra
os “Herodes”;
É preciso que “Raquel”
não tenha de chorar de novo pelos seus filhos;
É preciso fazer com que se retome a Esperança.
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