sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PADRÕES DE COMPORTAMENTO

“O primeiro brinquedo importante que tive foi um carrinho verde de lata que tinha a particularidade de se poder dar corda e andar sozinho. Estávamos no ano de 1950. Brincava tanto com ele que, para ter tempo para outras coisas, o meu pai resolveu guardá-lo, emprestando-me apenas aos fins-de-semana. À falta de melhor, aquele brinquedo tinha, para mim, um enorme valor”.

Os tempos mudaram e os miúdos de hoje recebem brinquedos aos molhos, normalmente caríssimos que, na sua maioria, jazem, passado pouco tempo, num caixote, sem qualquer valor, porque, entretanto, já receberam outros por terem simplesmente manifestado o desejo de os ter.
Outra observação curiosa do comportamento das nossas crianças é a forma como estão, cada vez mais, a dedicar os seus tempos livres a ver telenovelas. Deitam-se tarde por causa das novelas e a primeira coisa que fazem quando se levantam, aos fins-de-semana, é correr para a TV para verem os “Morangos com açúcar”.
Começa também a ser corrente, não quererem sair de casa, para ficarem agarrados às “Play-stations” ou então, é vê-los, em pleno restaurante, durante as refeições, a jogar, freneticamente, nas suas “PSP”. E fazem-no com tal obsessão que, nalguns casos, estão já mesmo viciados.

A banalização dos brinquedos, os incríveis exemplos apresentados nalguns episódios das telenovelas e o vício dos jogos de vídeo, normalmente violentos, constituem padrões de comportamento que prejudicam, seriamente, o futuro relacionamento dos nossos jovens com o meio que os rodeia.
Mas o que é interessante verificar, é que os pais têm consciência destas situações, porque, com frequência, se queixam de tal comportamento, sem, contudo, actuarem no sentido de o alterar.
A decisão de ter um filho deve ser, não só, um acto de vontade, mas também de responsabilidade na procura de ajudar o jovem de hoje a ser feliz amanhã.
E, todos nós sabemos muito bem, como tal depende, em grande parte, dos padrões e dos valores que somos capazes de lhes transmitir.

Vale a pena, para bem deles e nossa satisfação futura, exercer a nossa natural autoridade e contrariar esses sistemáticos comportamentos tão prejudiciais ao seu desenvolvimento mental e mesmo físico, substituindo-os por práticas mais salutares como, por exemplo, é o caso da actividade desportiva.

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