quarta-feira, 9 de outubro de 2013

PARA GRANDES MALES…

A abstenção foi um dos traços mais vincados do comportamento geral dos eleitores portugueses nas últimas eleições autárquicas.
Tal facto, não me parece que signifique um voto de protesto contra os políticos em geral e contra as políticas que estão a ser seguidas, mas sim uma atitude resultante de um forte desalento e /ou de uma forte convicção de que não adianta fazer o que quer que seja porque nada muda.

Há como que a sensação da incapacidade de interferir no processo, criando-se, assim, uma inércia que, aos poucos, nos vai transformando numa sociedade amorfa que, inevitavelmente, vai a caminho de um crescente empobrecimento.
Como, de facto, é esse o objectivo do poder instalado, a sua estratégia passa por anestesiar a população, instalar o medo do desemprego naqueles que ainda têm emprego e, simultaneamente, procurar deslaçar a sociedade atirando empregados contra desempregados, novos contra velhos, pobres contra remediados, transformando-nos num “bando” de invejosos que, cada vez mais, deixamos de nos interessar pelos outros, procurando apenas o interesse pessoal na tentativa, permanente, de conseguirmos simplesmente sobreviver.

Só um clima assim é que permite a inexistência de uma verdadeira revolta não só perante a Troika que, obviamente, não quer saber do país para nada, visto que o seu objectivo é a defesa dos interesses dos credores que passa pela exploração permanente do país e de todos nós, mas, também, perante um Governo que de joelhos lhes obedece, cegamente, e que nos comunica as sucessivas medidas gravosas com total indiferença e brutal crueldade.

Os Governantes que, de facto, não têm nenhuma ideologia, como se viu na última campanha para as Autárquicas em que as medidas que preconizavam eram o contrário dos princípios que dizem defender, não conseguem acertar uma mas, alegremente, têm o descaramento de apregoar que tudo vai bem e que nos esperam risonhas madrugadas, apesar da realidade desmentir tudo o que eles dizem.

Impreparados, inexperientes, desorganizados e inconscientes é o mínimo que se pode dizer deste bando de malfeitores que até desfazem, unilateralmente, os contratos estabelecidos com os que já se foram e que organizaram as suas vidas pensando que podiam morrer descansados, porque tinham deixado a sua reforma para garantir a vida da Família que cá ficava.

Sinceramente, não creio que toda esta questão possa vir a acabar a bem…

A Oposição, e sobretudo o PS, têm de dar um passo em frente e dizer, de forma clara, qual é, no concreto, o seu Programa de Governo, quem são os eventuais protagonistas desse projecto e pô-los a afirmarem-se publicamente, salientando a sua preparação/experiência e, sem receios, puxar pelo orgulho dos portugueses, mostrando-lhes que o país é deles e que, se for preciso saltar para a rua,  para garantir a sobrevivência e a dignidade, o PS estará com eles.


Para grandes males…

1 comentário:

  1. Maria Emília Paulos diz : Infelizmente, estamos , cada vez mais, perante um primeiro-ministro e seus apaniguados que, além de incompetentes, são de uma insensibilidade social completamente hedionda. Passos Coelho parece que se compraz em ameaçar, constantemente, os portugueses e condená-los à pobreza e à miséria. Sempre com uma postura inquisitorial, ameaçadora, etc., etc. E o que dizer do Paulinho das Feiras, tão amigo dos contribuintes, dos aposentados, reformados e dos ex-combatentes? São gente que não têm qualquer tipo de pudor, não têm palavra, pois hoje dizem uma coisa e amanhã o seu contrário. Quanto a mim " PARA GRANDES MALES, GRANDES REMÉDIOS " . Estamos fartos desta gentinha. Gosto.

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