terça-feira, 13 de março de 2012

“CUSTE O QUE CUSTAR”


A inevitabilidade é a forma como o neoliberalismo está a aproveitar a crise para considerar que as suas ideias não são discutíveis.
Perante a situação, é como eles dizem e pronto. A realidade factual pouco ou nada conta.

O nível da dívida é uma obsessão, independentemente das condições económicas de cada país, como sejam o seu crescimento económico, a capacidade de resposta do seu tecido empresarial, a demografia, etc..

Ao estabelecer-se um Tratado, que visa definir um défice de 0,5% para todos os países, obrigando-os a inscrever tal compromisso nas respectivas Constituições, pretendem, sobretudo, proibir as políticas orçamentais anticíclicas e, submeter os países, em maiores dificuldades, a uma crescente pobreza e, consequentemente, a uma maior dependência dos mais “poderosos”, visto que da austeridade necessária resultará recessão que, naturalmente, obrigará a mais austeridade, ocasionando uma espiral de ruína das economias, sem sequer lhes deixar espaço mínimo de manobra para diminuírem as suas dívidas.

Tudo o que se tem feito de experiências destas ideias, nestes domínios, sendo a mais recente a da Grécia *, tem sido ruinoso, com as populações a atingirem graus de sacrifícios e pobreza insustentáveis, mas os ortodoxos desta linha ideológica, não desarmam, procurando forçar a transformação da sua “fé” em lei.

E, se, na Europa começa a ser crescente a contestação a esta crença, com países a pôr em causa as políticas de austeridade sem crescimento económico, nós, por aqui, mantemos a subserviência aos poderosos do norte, afirmando, o Governo, a sua determinação neste rumo, na direcção da ruína e da pobreza, “CUSTE O QUE CUSTAR”.


*O produto interno bruto (PIB) da Grécia contraiu 7,5% no quarto trimestre de 2011.

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