quinta-feira, 6 de outubro de 2011

5 de OUTUBRO - O DISCURSO DO PRESIDENTE

Sempre abominei os falsos conselheiros que, perante uma decisão que vamos tomar, nos referem que não lhes parece ser esse o melhor caminho, sem acrescentarem, em contrapartida, qualquer alternativa.
Quando tudo corre bem, calam-se que nem um rato, se, porém, algo não corre como se previa, aí estão eles a dizer “eu bem avisei”.

O Presidente da República é um desses ilustres “avisadores” que adoptou, no discurso do 5 de Outubro, uma nova forma de avisar. Agora, de uma forma mais abrangente, avança dois avisos, em simultâneo, que tem de haver austeridade “digna” e crescimento económico. E di-lo, com firmeza, dando assim a ideia de que está a referir algo de importante. Mas é preciso desmistificar essa percepção, porque, mais uma vez, o seu discurso foi vazio de conteúdo, não passou de um blá blá, onde nada se refere de como fazer, permitindo-lhe, por isso, em qualquer altura, sacudir a água do capote e, mais uma vez, poder dizer “eu bem avisei”.

O PR anunciou que no dia 5 de Outubro iria falar ao povo, criando assim, alguma expectativa.
Mas que foi que ele disse de novo, e que alguém seja capaz de referir como importante? Nada.
A montanha pariu, mais uma vez, um rato.

Numa situação como a que atravessamos, o mais alto magistrado da Nação, que, ainda por cima, é apontado como um economista de alto gabarito, aos autos disse nada, à semelhança do que tem feito em outras ocasiões, pelo que é preciso que todos percebamos que afinal “o Presidente vai nu”.

1 comentário:

  1. Olá!

    É que o homem (?) já não tem nada a perder, está no último mandato, para quê este falso moralismo e cinismo (que aliás tem pautado a sua vida política e decerto, a outra).
    O discurso de Cavaco é feito de sinónimos de discursos anteriores, apenas mudou o tom de acusação e sacanice para um tom mais paternalista mas que, concordando com o Cidadão Anónimo, nada acrescenta como tem sido regra neste político não-profissional.

    Infelizmente, e devido aos resquícios de um Portugal cinzento desde quase um século, há uma ou duas gerações que ainda vão lembrar Cavaco com um político importante, digno, de obra-feita! Os bebés, no penico, também fazem obra.
    É triste que a imagem de Portugal também passe por um presidente como este.

    Só fala de não-assuntos e mantém uma posição cobarde quando, em tempos de crise(onde ele também está na sua génese) se querem vozes e determinação de quem pode de facto fazer a diferença!
    Em Portugal, como no mundo, faltam estadistas. Mas aqui também faltam homens.

    um abraço!

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