segunda-feira, 17 de outubro de 2011

LEGALIDADE e LEGITIMIDADE

Pedro Marques Lopes, um indefectível e assumido PSD, declarou, num programa da SIC, que votou no PSD e neste Governo, mas não nestas medidas.
Certamente, como ele, muitos portugueses, perplexos com o desenvolvimento da acção governativa, completamente contrária às promessas e aos programas apresentados pelos partidos no poder, sentir-se-ão enganados e, se soubessem o que hoje sabem, ponderariam, certamente, a sua escolha e, muitos, provavelmente, alterariam o sentido do seu voto.
Legalmente, perante o resultado das eleições, é ao PSD (que escolheu coligar-se com o CDS/PP) que compete governar. Mas será legitimo fazê-lo, esquecendo tudo o que disse e prometeu? É que legítimo é estar conforme à lei, mas também à justiça, à razão e às regras estabelecidas.
Aliás, parece cada vez mais clara a diferença abismal entre a intenção, quiçá ingénua, de Passos Coelho, quando prometia um conjunto de acções que iriam, rapidamente, salvar o País e a necessidade que tem tido em engolir grande parte do que então disse, porque, muito provavelmente, a linha ideológica dominante dentro do Governo a tal o tem obrigado.
Ele é que fez as promessas, mas quem acham que, de facto, está a governar? Aos poucos, iremos constatar que o 1º Ministro está a ficar refém dos ortodoxos neoliberais que o cercam.
E, onde estão os sociais-democratas do PSD que negociaram e assinaram o acordo com a Troika? Nada dizem? Abdicaram das suas convicções? Estão de acordo com a linha ideológica seguida pelo Governo?
E, o que é feito do “chefe” do partido da coligação Paulo Portas? Está de férias? Ou, procura não se comprometer para não ficar enlameado, quando tudo isto der um estoiro?
A inexperiência e a teimosia destes teóricos académicos, que não têm em conta a vida real deste País, porque a desconhecem, vai nos custar muito caro. Mas é bom que, então, juntem à intenção, que estão a manifestar de criminalizar os culpados da situação em que estamos, todos aqueles que estão a determinar a situação que iremos ter.

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