domingo, 16 de outubro de 2011

SACRIFÍCIOS / REGENERAÇÃO / INQUISIÇÃO

Começa a ser unânime a ideia de que, se o prazo de tempo necessário para se atingir um deficit de 3% fosse alargado, os sacrifícios que nos são exigidos poderiam ser mais leves porque diluídos no tempo, e, por outro lado, haveria também algum dinheiro para injectar na economia, possibilitando-lhe condições para que, mais rapidamente, pudesse começar a crescer.

Isto parece tão racional, que não se consegue perceber que tal cenário ainda não tenha sido apresentado à Troika, tornando o acordo mais realista e, consequentemente, mais exequível.
E, tal deveria ter sido feito antes do Orçamento, podendo mesmo ficar, esse alargamento de prazo, condicionado ao cumprimento efectivo do objectivo que está estabelecido para 2011, o que constituiria um bom motivo justificativo dos desmesurados sacrifícios porque vamos ter de passar.

Os portugueses não podem ter de dar tudo em troca de nada e, no mínimo, tem todo o direito a tomar conhecimento:

a)      Se o Governo acha ou não que seria melhor um prazo mais alargado para se atingir o objectivo dos 3%;
b)      Em caso afirmativo, se já propôs esse ajustamento à Troika;
c)       Se não o fez, quais as razões;
d)      Se o propôs, qual foi a resposta da Troika.

Ficaríamos, assim, a saber, quem não quer e porquê, que o prazo seja alargado, para bem de todos nós.

É essencial que esta questão seja clarificada, porque, cá por mim, ando desconfiado, face às ideias ortodoxas de alguns dos nossos governantes, que não sejam eles próprios a acharem que estas violentas medidas têm mesmo de ser tomadas, porque elas contribuem para a regeneração do povo.
Francamente, cheira-me bastante a Inquisição.

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